São Paulo, 4/4 – O presidente do Sindicato da Indústria do Açúcar no Estado de Pernambuco (Sindaçúcar-PE), Renato Cunha, rebateu a proposta da União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica) de taxar em 16% a importação de etanol e enfatizou que produtores nordestinos querem um imposto de 20%, índice que teria sido discutido no mês passado com o ministro da Agricultura, Blairo Maggi. “Não faz sentido a associação de São Paulo apresentar essa proposta e menos sentido ainda falar em barreiras ambientais quando há quase quatro anos praticam e estimulam importações de etanol de baixa qualidade oriundo do milho”, afirmou em nota enviada ao Broadcast Agro (serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado), referindo-se ao álcool importado principalmente dos Estados Unidos.

Para Cunha, a proposta da Unica veio para “conturbar e atrapalhar” a iniciativa do setor nordestino de negociar com Maggi o imposto de 20%, que, segundo ele, foi “bem aceita pelo ministro da Agricultura”. “Nós acreditamos que uma proposta isolada, intransigente e destoante não pode ter a força de uma proposta como a nossa, que demonstra necessidade de manter empregos no Brasil e em toda a cadeia da cana-de-açúcar.”

Segundo ele, os produtores nordestinos vão se mobilizar contra os 16%.

Na semana passada, a Unica enviou uma proposta à Câmara de Comércio Exterior (Camex) propondo a tarifa de 16%. Citando questões ambientais, a entidade disse que esse porcentual resulta de um cálculo que tem como base o valor necessário para corrigir as externalidades ambientais associadas à emissão de gases do efeito estufa entre etanol importado e o nacional (produzido a partir de cana) e o preço médio do álcool importado nos últimos 12 meses pelo Brasil.

A Unica foi procurada pela reportagem, mas até agora não comentou as declarações do representante do setor sucroalcooleiro do Nordeste.