Mais conhecida como fornecedora de máquinas e equipamentos pesados, a Siemens se prepara para dar no Brasil o mesmo salto que deu na Europa em relação à telefonia móvel. No Velho Continente, além de grande fornecedora de estações rádio-base (as antenas) e centrais de comutação (que controlam redes), a gigante alemã também é uma das maiores fabricantes de aparelhos celulares. Nos próximos dias a Siemens anuncia a cidade ? Curitiba ou Manaus ? onde será construída a fábrica que vai produzir celulares e todos os equipamentos para a tecnologia chamada de GSM, na qual irão entrar as novas operadoras de telefonia das bandas D e E, Telemar e Telecom Italia Mobile (TIM).

?As máquinas para a fábrica já foram encomendadas?, afirma Wolfram Werther, gerente de marketing, enquanto faz demonstração dos serviços oferecidos pelo SL 45, um aparelho celular de 88 gramas que, entre outras coisas, recebe e envia e-mails, navega na Internet, transmite dados para laptop por infravermelho, grava até cinco horas de conversa e toca até 45 minutos de música com a mesma qualidade de um aparelho de CD. Werther assegura que, assim que o sistema começar a operar no Brasil, o que está previsto para janeiro de 2002, a Siemens começa a vender seus aparelhos. Todos vêm com uma pequena placa interna, chamada de sin-card, que armazena os dados e pode ser instalada em outros aparelhos. Essa é, aliás, uma característica do sistema GSM.

Segundo o diretor-geral da divisão de telecomunicação, Aluizio Byrro, a nova fábrica já consumiu US$ 20 milhões e vai passar dos US$ 50 milhões. A Siemens, uma das maiores fornecedoras das empresas de telefonia fixa, como Telefonica e Telemar, também quer repetir a dose com Telemar Celular e TIM. Tudo isso para aumentar a participação da empresa em um setor que já é responsável por 49% do seu faturamento, de R$ 2,4 bilhões no ano passado.