Mais do que tendência em um mundo cada vez mais tecnológico e conectado, as cidades inteligentes catalizam melhoria da qualidade de vida dos cidadãos ao mesmo tempo em que contribuem para o desenvolvimento econômico das regiões onde estão inseridas. Segundo dados da consultoria Research and Markets, o mercado global de smart cities deve saltar de US$ 410,8 bilhões em 2020 para US$ 820,7 bilhões em 2025. A adoção de soluções inteligentes vai aumentar, segundo o relatório, devido à crescente demanda por segurança pública e infraestrutura de comunicações, maior capacitação e engajamento das pessoas por novas tecnologias e aumento da população urbana. É nesse cenário otimista que a Siemens investe para expandir suas ferramentas baseadas em IoT e avançar na oferta de ferramentas. A operação brasileira da empresa alemã lança durante o Siemens Innovation Forum, segunda e terça-feira (23 e 24), seu portfólio para prédios inteligentes. “Automação predial é fundamental para a eficiência energética. Vemos demanda gigantesca por consumo de energia de forma consciente por dois motivos: custo da energia e redução de CO2”, afirmou à DINHEIRO Sergio Jacobsen, CEO da área de Smart Infrastructure da Siemens no Brasil.

Todas as soluções que serão disponibilizadas foram colocadas em prática primeiramente na casa da Siemens. A unidade da companhia em Jundiaí (SP) tem todos os dispositivos instalados e funciona como um showroom. Servem para indústrias, galpões, hospitais e escritórios, com várias finalidades. Por meio de sensores do tamanho de uma moeda implantados nos ambientes, tudo é gerenciado por software proprietário.

Uma das funcionalidades é relacionada ao controle do consumo de energia. Nessa linha, são dois principais focos. O primeiro, na iluminação. As luzes são acesas apenas em setores onde são identificados funcionários em atividade. Quando não há colaboradores, as lâmpadas se apagam ou ficam em modo de consumo mínimo. O segundo, na temperatura, com a programação do ar-condicionado de acordo com o número de trabalhadores no espaço. Esse sistema integrado, somado a outras iniciativas, como a troca de lâmpadas fluorescentes por LED, ajuda a reduzir o consumo de energia em até 90%. A unidade de Jundiaí da Siemens teve uma economia de mais de 290 mil kW entre os meses de janeiro e maio deste ano, considerando apenas o sistema de iluminação.

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“Vemos demanda gigantesca por consumo de energia de forma consciente por dois motivos: custo da energia e redução de CO2” Sergio jacobsen, CEO de Smart Infrastructure.

A plataforma também ajuda no retorno seguro aos escritórios nos pós-pandemia, com monitoramento das medidas de distanciamento, por exemplo. Os sensores detectam os crachás inteligentes e mapeiam a movimentação das pessoas. A partir da análise dos dados, é possível remanejar a localização de equipamentos e readequar a estrutura de um escritório ou fábrica, de acordo com o mapa de calor. Também auxilia na questão de saúde. Se um funcionário testar positivo para Covid-19, sabe-se com quem ele teve contato mais próximo nos últimos dias e coloca-se em prática os protocolos para quebra da cadeia de transmissão. Equipamentos também podem ter targets para que as equipes saibam onde estão e por quem foram usados. Outra solução está na área de segurança, em que são disparados alertas quando visitantes ultrapassam cercas virtuais.

“São várias aplicações dessa solução, que atende a vários setores e empresas de distintos tamanhos. Aumenta a eficiência e reduz custos”, disse Jacobsen, ao frisar que nos próximos dias também será lançado um aplicativo para mostrar toda a gama de serviços para smart cities na prática.

NEGÓCIO ELÉTRICO A Siemens fornece infraestrutura e carregadores para o e-consórcio idelizado pela Volkswagen Caminhões e Ônibus. (Crédito:Divulgação)

MOBILIDADE A Siemens é a fornecedora de infraestrutura e carregadores para o primeiro e-consórcio do País, lançado em 2019, idealizado pela Volkswagen Caminhões e Ônibus e que tem dezenas de empresas parceiras. O conglomerado vai produzir caminhões elétricos para o segmento e-delivery, com entregas na última milha. A Siemens vai prestar consultoria com iniciativas que abrangem o ciclo de vida do veículo, desde a montagem até as soluções de recarga.

As ferramentas tecnológicas nas áreas de mobilidade elétrica, condomínios inteligentes e automação predial visam incrementar a receita da operação brasileira, que atingiu R$ 2,75 bilhões em 2020. Globalmente, o Grupo Siemens, líder em plataformas e aplicativos industriais de internet das coisas, de acordo com estudo do IDC de julho, faturou 55,3 bilhões de euros, com lucro líquido de 4,2 bilhões de euros. A divisão de Smart Infrastructure teve receita de 14,3 bilhões de euros. E espera crescer com a ampliação do portfólio no Brasil.