Papéis avulsos

O segundo trimestre de 2017 foi um período difícil para a maioria das empresas abertas. Segundo um levantamento da empresa de informações financeiras Economatica, o lucro de 309 empresas listadas na Bolsa recuou 13,2% em média em relação ao mesmo período de 2016. Em conjunto, essas companhias lucraram R$ 24,4 bilhões no trimestre, ante R$ 28,1 bilhões em 2016. O maior crescimento nominal dos lucros ocorreu no setor siderúrgico. As 18 empresas lucraram R$ 107,4 milhões no trimestre, ante um prejuízo de R$ 792,3 milhões em 2016. A líder foi a Gerdau, cujo lucro subiu de R$ 81 milhões em 2016 para R$ 890 milhões em 2017. Os bancos, como de costume, não têm do que reclamar. O lucro das 23 instituições listadas na Bolsa foi de R$ 16,0 bilhões, um crescimento nominal de 5,6%. O pior resultado foi do setor de construção civil que, com 21 empresas listadas, perdeu R$ 1,56 bilhão.

 

Imóveis

Cyrela faz permuta imobiliária

A Cyrela Commercial Properties (CCP), cujo Conselho de Administração é presidido por Elie Horn, finalizou uma permuta com o Canada Pension Plan Investment Board, empresa de investimentos previdenciários do Canadá, na terça-feira 15. A CCP transferiu imóveis corporativos aos canadenses e recebeu 50% de uma empresa de logística, que foi, posteriormente, vendida à Prologis, por R$ 1,22 bilhão. No ano, as ações estão estáveis, a R$ 9,90.

 

Bancos

Itaú não poderá ir às compras

O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou, na quarta-feira 16, a compra das atividades de varejo do Citibank no Brasil pelo Itaú Unibanco. A compra foi aprovada com restrições: da mesma forma que ocorreu após a compra do HSBC pelo Bradesco, o Cade proibiu o Itaú de comprar novas instituições financeiras pelos próximos 30 meses. A aquisição da XP, porém, não será afetada.

 

Touro x Urso

Dificuldades para aprovação da pauta no Legislativo tornam menos provável a recuperação da economia e atemorizam os investidores. Parece a situação no Brasil, mas é o quadro nos Estados Unidos, onde o presidente Donald Trump está perdendo apoio dos republicanos para suas reformas. Com isso, cresce a aversão a risco, prejudicando o mercado brasileiro. Para piorar, na quinta-feira 17, um atentado em Barcelona fez o Índice Bovespa recuar 1%.

 

Destaque no pregão

Receita da Minerva cresce 16%

O faturamento da Minerva Foods, presidida por Fernando Galletti de Queiroz, cresceu para R$ 2,579 bilhões no segundo trimestre, uma alta de 16,1% em relação ao mesmo período de 2016. Mesmo que a alta do dólar tenha provocado um prejuízo líquido de R$ 55,6 milhões no período, os analistas comemoraram o resultado. O trimestre foi conturbado para o setor devido à Operação Carne Fraca. Mesmo assim, a retração da concorrente JBS favoreceu a Minerva. Os abates aumentaram 5,8%, e as exportações avançaram 4,1%, incluindo as vendas geradas a partir das unidades no Paraguai, Uruguai e Colômbia. No ano, as ações sobem 4,7%.

Palavra do analista:
Marcelo Inoue, da Citi Corretora, destaca que a geração de caixa foi a melhor desde 2015, e ele diz esperar um crescimento de 20% no segundo semestre devido à queda dos custos de aquisição do gado. Ele recomenda a compra das ações.

 

Varejo

Aliansce vê alta nas vendas

A administradora de shoppings Aliansce detectou uma recuperação das vendas no segundo trimestre. O total vendido nos shoppings administrados pela empresa foi R$ 2,2 bilhões, alta de 16,3% em relação ao mesmo período de 2016. A receita bruta, que inclui as receitas com aluguel e exploração de estacionamentos, cresceu 6,9%. A taxa de ocupação atingiu 95,7% ao final do trimestre. No ano, as ações sobem 16,6%.

 

 

Mercado em números

GOL
R$ 2,2 bilhões – Foi a receita da empresa aérea no segundo trimestre de 2017, um avanço de 7% em relação ao mesmo período de 2016

COSERN
R$ 370 milhões – É o total a ser captado pela empresa energética do Rio Grande do Norte por meio de uma emissão de debêntures simples, não conversíveis em ações

DAYCOVAL
R$ 248 milhões – Foi o lucro líquido do banco no primeiro semestre de 2017, um crescimento de 60,5% em comparação com o mesmo período de 2016

VIVER
R$ 51,3 milhões – É o valor de imóveis que foram cedidos ao Bradesco pela incorporadora, em recuperação judicial, para quitar parte de sua dívida com o banco.

RANDON
R$ 20,6 milhões – Foi o lucro líquido da fabricante de autopeças e veículos no primeiro semestre do ano, ante um prejuízo de R$ 2,7 milhões no mesmo período de 2016