O setor externo contribuiu negativamente para o PIB brasileiro em 2018, ressaltou Rebeca Palis, coordenadora de Contas Nacionais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). As importações cresceram 8,5% em 2018, enquanto as exportações aumentaram 4,5%.

“A importação está crescendo mais que a exportação. Aqui tem a ver, por exemplo, com a agropecuária, que diante da safra recorde no ano 2017, exportou bem menos em 2018 do que em 2017. E além disso a crise da Argentina afetou muito as exportações, porque é um dos principais parceiros comerciais do Brasil”, justificou a pesquisadora.

Segundo Rebeca, o PIB poderia ter crescido mais em 2018, não fosse a contribuição negativa do setor externo, que ocorreu a despeito da desvalorização do real ante o dólar.

Pela ótica da demanda, o avanço de 1,9% no Consumo das Famílias foi o que puxou o PIB no ano passado. “O mercado de trabalho está melhorando, mas realmente a renda não cresce tanto. A renda está crescendo em ritmo muito lento. Então essa melhora, mesmo que seja pequena, já ajuda o consumo das famílias”, explicou Palis.

Para a pesquisadora, se todo trabalhador que está entrando no mercado de trabalho tivesse carteira assinada, a renda estaria crescendo mais. Ela lembra que, por enquanto, nem a economia nem o consumo das famílias cresce no mesmo ritmo que cresciam antes da crise.