O setor aeronáutico estima em mais de 1 bilhão de euros suas necessidades para se superar da crise causada pelo coronavírus – disse o presidente do grupo de indústrias aeronáuticas e espaciais (Gifas), Eric Trappie, nesta terça-feira (5).

A cadeia de fornecedores “é muito afetada, porque trabalha principalmente com a Airbus, Safran, ou Boeing, e sofre diretamente” com as reduções nas taxas de produção de aeronaves, resultado do colapso do tráfego aéreo e das dificuldades das companhias aéreas, disse Trappier durante uma videoconferência.

“Todas as pequenas e médias empresas são afetadas. Várias dezenas delas estão com grandes dificuldades”, afirmou o presidente da Gifas, que reúne 400 empresas do setor e representa quase 200.000 empregos na França.

Para lidar com uma crise que deve durar, “serão necessárias soluções de recapitalização para sobreviver”, acrescentou, declarando-se a favor de amplas fontes de financiamento.

“A necessidade não foi totalmente identificada (…), mas a unidade de medida é superior a 1 bilhão. Serão 1, 2 ou 3 bilhões? Não sei”, completou Trappier, que também é CEO do grupo francês Dassault Aviation.

Na segunda-feira, o ministro da Economia da França, Bruno Le Maire, mencionou a análise de um programa de apoio aos setores aeronáutico e automotivo.

O setor de transporte aéreo prometeu dividir suas emissões de CO2 em duas até 2050 em comparação a 2005. Portanto, os esforços de pesquisa e investimento a esse respeito, que geralmente são os primeiros afetados pela crise, serão preservados.

“É fundamental manter a capacidade de desenvolver novos aviões, desenvolver novas tecnologias para conseguir aviões cada vez mais ecológicos”, comentou Trappier.