As companhias aéreas pedem “de joelhos” a ajuda dos passageiros para que aceitem bônus de troca de passagem, em vez de solicitar reembolso pelos voos cancelados durante a crise sanitária – disse o diretor-geral da Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA), Alexander de Juniac.

“Pedimos a ajuda dos passageiros (…), é verdade, e pedimos de joelhos”, afirmou Juniac, em entrevista ao canal de televisão francês BFM Business.

Apoiadas pela França e por vários outros países europeus, as companhias aéreas reembolsam os bilhetes de voos cancelados apenas “na forma de ativos”. Ao mesmo tempo, prometem um reembolso em dinheiro, se os consumidores reclamarem, mas com, pelo menos, nove meses de atraso para preservarem suas finanças prejudicadas pela crise.

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As normas europeias dão aos passageiros, porém, o direito a um reembolso dentro de duas semanas.

Consumidores

A posição das empresas do setor foi atacada por associações de defesa dos consumidores.

Bruxelas iniciou um procedimento de infração contra 10 países da União Europeia para defender o direito de reembolso dos passageiros em caso de cancelamentos devido ao coronavírus.

“Ainda estamos tentando obter da Comissão Europeia a possibilidade de apresentar bônus de mudança de passagens para adiar o reembolso”, disse Juniac, reconhecendo que é uma posição “difícil e não apreciada por todos”.

“Por quê pedimos? Não por prazer. Nossa atividade é mimar os passageiros e não apresentar dificuldades e problemas, em particular problemas financeiros. Mas … as contas das empresas se encontram em um estado absolutamente apocalíptico”, disse o ex-presidente da Air France-KLM.