O governo de Nova York deu largada a um projeto que promete recuperar de vez a honra da população. Em alto estilo. Vai reconstruir o World Trade Center, as torres duplas de ferro e concreto de 450 metros que ruíram nos atentados de 11 de setembro, matando 2.800 pessoas. Na última quarta-feira 18, sete projetos arquitetônicos foram apresentados à população e autoridades locais. Quatro dos trabalhos propõem a ousadia: erguer na área de 64 mil metros quadrados aquele que será o edifício mais alto do planeta ? batendo o Petronas Twin Towers, da Malásia. Um dos projetos mais audaciosos recomenda a construção de um prédio de 630 metros. Outro, ergue uma estrutura imponente, em forma de agulha, sobre uma torre de 532 metros. ?Vamos reconstruir o World Trade Center. Não é uma questão de se, mas de como?, garantiu John Whitehead, presidente da Lower Manhattan Development Corp. (LMDC), órgão criado após os atentados terroristas.

 

Foram sete os trabalhos pré-selecionados pelo LMDC. A apresentação das maquetes, no Federal Hall National Memorial, em Nova York, começou com Daniel Libeskind. Das pranchetas deste arquiteto, que criou o Museu Judaico de Berlim, desponta uma torre de 533 metros e um museu situado no marco zero. ?Um arranha-céu surge em cima de seus antepassados. É um ícone de nossa vitalidade frente à tragédia?, disse. Um dos projetos mais aplaudidos foi o que surgiu das pranchetas de Foster and Partners. O escritório que reformulou o Parlamento Alemão, em Berlim, criou uma proposta parecida ao projeto original do prédio erguido nos anos 70. Com um diferencial: as torres gêmeas são ainda mais modernas e mais altas. A United Architects optou por uma proposta futurística. Seus cinco edifícios são conectados em forma de hélice.

 

Os projetos foram escolhidos entre 400 trabalhos inscritos. A proposta inicial era que os profissionais ocupassem a área do WTC da forma que quisessem. Com alguns detalhes: os croquis deveriam incluir um memorial de homenagem às vítimas, além de espaço definido de 3,3 milhões de metros quadrados para escritórios, um hotel, um shopping e uma área comercial. A primeira leva de designs, apresentada em julho, foi considerada ?sem graça? e o governo resolveu fazer uma nova rodada. Cada equipe recebeu US$ 40 mil de incentivo para desenvolver os croquis. A verba para reerguer o complexo de edifícios deverá vir dos cofres públicos e das seguradoras. Em 31 de janeiro, o finalista será indicado. E até 2005, o World Trade Center estará pronto para receber seus primeiros inquilinos.