Brasília e Rio adotaram medidas especiais para garantir segurança de desfiles que contarão com a participação de Bolsonaro. Às vésperas das eleições, presidente usa a data para tentar demonstrar força.Nesta quarta-feira (07/09), data em que se celebra o bicentenário da Independência, Brasília e Rio de Janeiro serão palco de desfiles cívico-militares e manifestações de apoio ao presidente Jair Bolsonaro – eventos que colocaram as duas cidades em estado de alerta de segurança.

A Força Nacional de Segurança Pública foi acionada para atuar em Brasília. Cerca de 280 mil participantes são aguardados no desfile oficial na capital, com início previsto para as 9h. Eles terão de passar por revista, estando proibidos vários itens como armas, mastros de bandeira, vidros, sprays e apontadores de laser, entre outros.

Atiradores especiais e equipes antibombas estarão no local, e as forças de segurança vão monitorizar as estradas que dão acesso à capital do país. A Cavalaria, o Batalhão de Policiamento com Cães e o Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) também estarão presentes.

A Esplanada dos Ministérios, para onde está marcado o desfile oficial do Exército, foi bloqueada para o trânsito já na segunda-feira à noite, para impedir o acesso de caminhões de apoiadores de Bolsonaro, um pedido do Supremo Tribunal Federal (STF). Bolsonaro, no entanto, mandou o Exército liberar os caminhões, o qual cadastrou cerca de 60 veículos para ficarem expostos diante do desfile.

No Rio de Janeiro, para onde Bolsonaro deve se deslocar durante a tarde desta quarta, após participar no desfile em Brasília, 1.855 policiais militares serão mobilizados para garantir a segurança, segundo autoridades locais.

A maioria ficará ao longo da Praia de Copacabana, onde estão previstas manifestações da Marinha e Aeronáutica, além de uma demonstração de apoio ao chefe de Estado.

Demonstração de força

Não apenas Brasília e Rio, mas outras cidades do país reforçaram as estruturas de segurança para os desfiles e manifestações para o Dia da Independência, que desde a chegada de Bolsonaro ao poder se tornou um dia de demonstração de força política por parte da direita conservadora.

Há um ano, manifestantes pró-Bolsonaro, incluindo caminhoneiros, quebraram um cordão policial em Brasília e ameaçaram invadir o Supremo.

Neste ano, o presidente pediu aos seus seguidores que saíssem à rua “pela última vez” no 7 de Setembro. Foram espalhados pelas ruas de Brasília cartazes com os dizeres “É agora ou nunca”.

Às vésperas da data, analistas previram, no entanto, que Bolsonaro fosse adotar um tom mais brando desta vez. O objetivo seria reduzir sua taxa de rejeição, que, a menos de um mês do seu embate nas urnas com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, está em 52%, segundo o Datafolha.

Ainda assim, a previsão é que o dia seja utilizado para uma demonstração de força política, especialmente nos desfiles em Brasília e no Rio de Janeiro.

Na segunda-feira, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin limitou temporariamente o alcance de decretos de Bolsonaro que facilitam o acesso a armas de fogo, apontando “risco de violência política” durante a campanha eleitoral.

lf (Lusa, AP, ots)