Sérvia e Kosovo retomaram nesta quinta-feira (16) em Bruxelas seu diálogo promovido pela União Europeia (UE), após meses de crise, embora o caminho para a normalização de suas relações esteja repleto de armadilhas.

“Espero um debate construtivo”, disse o chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, pedindo aos dois lados que abordem a discussão “com um espírito de compromisso e pragmatismo”.

As discussões começaram com uma primeira reunião entre Borrell e o primeiro-ministro do Kosovo, Avdullah Hoti, e será seguida por outra com o presidente sérvio, Aleksandar Vucic, antes de um encontro com os três.

Duas décadas após a última das guerras que levaram à desintegração da Iugoslávia (1998-1999), Belgrado ainda não reconhece a independência proclamada em 2008 por sua antiga província, Kosovo.

O encontro em Bruxelas é o primeiro oficial desde 2019 e o fracasso de uma cúpula em Berlim entre Vucic e seu homólogo do Kosovo, Hashim Thaçi, figura central da política deste território.

No entanto, Thaçi está atualmente fora de campo devido às recentes acusações de crimes de guerra contra ele, que já fizeram os Estados Unidos adiar uma iniciativa de mediação em junho.

A UE tornou a normalização das relações entre os dois vizinhos uma prioridade, em nome do desenvolvimento econômico e de sua eventual futura integração no bloco europeu.

A Sérvia já está negociando a adesão, mas o Kosovo não, já que não possui uma posição unânime dos 27. Eslováquia, Espanha, Grécia, Romênia e Chipre não reconhecem a independência unilateral deste território.

Mas, além do reconhecimento, também continua pendente o status dos 120.000 sérvios do Kosovo ou as reparações para os deslocados e as famílias dos desaparecidos no conflito, entre outros.