Nesta terça-feira (9), os senadores discutiram a necessidade da prorrogação do auxílio emergencial, ou a criação de outro programa de assistência social, que não faça parte das medidas compensatórias de ajuste fiscal.

O debate aconteceu durante a primeira reunião de líderes dos partidos no Senado. O presidente da Casa, Rodrigo Pacheco, disse, em vídeo divulgado pela TV Senado, que pretende usar sua “boa relação” com o presidente Jair Bolsonaro e com a equipe econômica para avançar nas negociações.

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“É um momento de reflexão sobre as pessoas que estão vulnerabilizadas pela pandemia. Precisamos de uma reedição de um projeto de assistência social. Há muitas ideias, de diversos senadores, e eu vou buscar repercutir o sentimento do colégio de líderes para o governo”, ressaltou.

Pacheco afirmou ainda que o Congresso vai instalar nesta quarta-feira (10) a Comissão Mista de Orçamento (CMO) para analisar as contas públicas. O grupo seria criado hoje, mas foi adiado por conta da decretação de luto oficial, pela morte do senador José Maranhão, vítima da covid-19.

Ontem (8), Bolsonaro afirmou, pela primeira vez desde que o auxílio emergencial acabou em dezembro de 2020, que o governo discute alternativas para seguir com o benefício. Diferente da primeira edição, com pagamentos de R$ 600 e R$ 300, a nova fase do programa deve contar com parcelas de R$ 200.

Porém, alguns senadores acreditam que o valor não é suficiente para ajudar a população. O senador Humberto Costa, por exemplo, avalia que a crise continua e foi agravada pelo aumento do desemprego e dos preços dos alimentos.

A Frente Parlamentar Mista em Defesa da Renda Básica formada por 12 senadores e mais de 190 deputados também já se mobiliza em defesa da prorrogação do auxílio emergencial e da ampliação do Programa Bolsa Família.

No entanto, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou que não há espaço para uma nova rodada de auxílio emergencial  fora do teto de gastos.

“É preciso tomar ações para que a dívida não continue crescendo. A reação dos mercados nos mostra que a fragilidade fiscal pesa mais do que os eventuais benefícios de se colocar mais dinheiro na economia”, afirmou, em evento virtual promovido pelo Observatory Group.