Um dia após ser apresentado, o programa do governo para criar empregos a jovens foi contestado no Senado. Dois pontos da medida provisória assinada pelo presidente Jair Bolsonaro foram alvos de críticas por líderes da Casa: a proposta de taxar em 7,5% o seguro-desemprego e a exclusão de pessoas com mais de 55 anos da proposta.

Para bancar o custo da contratação de jovens entre 18 e 29 anos, o governo resolveu taxar em 7,5% o seguro-desemprego. Na prática, os desempregados vão bancar o novo programa do governo. “Para abrir o emprego para o jovem eles estão tributando o desempregado. É muito contraditório. Nós vamos ter de ajustar”, disse ao Broadcast Político , sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, o líder do MDB no Senado, Eduardo Braga (AM), que também apontou a exclusão daqueles com mais de 55 anos como outro item a ser ajustado.

Líder da maior bancada no Senado, Braga pediu para presidir a comissão mista do Congresso Nacional que vai analisar a medida assinada por Bolsonaro. Uma sugestão citada por ele é discutir a participação do Sistema S no programa em vez de cobrar uma contribuição do seguro-desemprego.

No plenário do Senado, outros parlamentares atacaram a medida do governo. “Nós estamos cobrando imposto do desempregado, ou seja, do seguro-desemprego, o que é um verdadeiro absurdo, e eu considero, até para nós, e para mim inclusive, uma falta de respeito depois de toda essa luta, esse embate que nós tivemos aqui dentro”, afirmou o relator da reforma da Previdência na Casa, Tasso Jereissati (PSDB-CE).

A oposição também criticou a proposta. “Se nós vamos estabelecer a tributação de imposto de renda sobre o seguro-desemprego, que tem caráter indenizatório para o trabalhador, temos que, de imediato também, ao mesmo tempo, estabelecer a taxação de imposto de renda sobre o auxílio-moradia”, declarou o líder da Rede no Senado, Randolfe Rodrigues (AP).