A corrida presidencial dos Estados Unidos para 2020 começa a se desenhar. Enquanto no campo republicano Donald Trump aparece como o claro favorito do partido em busca da reeleição, no democrata o jogo está aberto. Uma das candidatas pleiteando um posto a disputa da Casa Branca está a senadora pelo estado de Massachusetts, Elizabeth Warren.

Em comício realizando em Long Island, no estado de Nova York, ela abordou um de seus principais pontos de campanha: a regulação da gigantes de tecnologia. O local não poderia ser mais propício. Foi em Long Island que a Amazon anunciou que construiria seu segundo escritório – disputado com unhas, dentes e abonos fiscais por diversas cidades dos Estados Unidos – para então cancelar o projeto. Ancorada na história, Warren discursou sobre a necessidade do governo exercer um papel regulador mais intenso.

O plano da senadora é de evitar a compra de empresas menores pelas gigantes, e até exigir que elas se desfaçam de aquisições a fim de isolar conflitos de interesse. Segundo ela, não poderia ser permitido uma empresa ser dona de um marketplace e vender produtos próprios nele. Com a medida, ela também busca separar empresas para que não aconteça compartilhamento de informações entre sites, como fez o Facebook recentemente.

Pela proposta de Warren, aquisições como a do Whatsapp e Instagram pelo Facebook teriam que ser desfeitas, assim como a Whole Foods pela Amazon e Waze pelo Google. O plano prevê a criação de duas faixas de regulação. A primeira afetaria empresas com faturamento global de US$ 25 bilhões, que seriam obrigadas a “separar estruturalmente” os produtos dos marketplaces. O outro grupo seria de empresas com faturamento global de US$ 90 milhões até US$ 25 bilhões, que estariam sujeitas a regulações mas não teriam que se separar.

A fala foi a mais incisiva e detalhada por um pré-candidato democrata. Outros na corrida, como o senador Bernie Sanders, do estado de Vermont, e a senadora Amy Klobuchar, do estado de Minnesota, já declaram a intenção de regular e limitar a influência das gigantes como Amazon, Apple, Google e Facebook, mas sem detalhes de como iriam proceder.