O ex-procurador especial, Robert Mueller, que investigou os vínculos entre Rússia e a equipe de campanha de Donald Trump durante as eleições de 2016, será convocado para comparecer diante do Comitê Judicial do Senado, disse neste domingo (12) o presidente republicano dessa comissão.

Os membros democratas do comitê, presidido por Lindsey Graham, pediram repetidamente para ouvir o ex-diretor do FBI.

Logo após a publicação do relatório de Mueller, em meados de abril do ano passado, Graham havia mencionado que não iria convocá-lo. “Acabou”, disse ele no início de maio.

Mas neste domingo ele voltou atrás na decisão, um dia após o Washington Post publicar uma coluna de Robert Mueller.

O ex-procurador especial reagiu à comutação da sentença de prisão de Roger Stone, amigo do presidente americano condenado por sete crimes graves relacionados à investigação russa.

Mueller defendeu a integridade de sua investigação, depois de ser repetidamente acusado de parcialidade por Trump e seus aliados.

Ele também observou que Roger Stone continuaria sendo “um acusado, justamente condenado”.

“Aparentemente, o senhor Mueller está disposto e pode defender sua investigação no Washington Post”, comentou Graham, um fervoroso defensor de Trump, em comunicado.

Lembrando que no passado membros democratas da comissão judicial pediram para ouvir Mueller, Graham indicou que esse pedido seria concedido.

Em julho de 2019, de forma relutante, Mueller testemunhou diante do comitê da Câmara dos Deputados, onde manteve um tom muito objetivo.

O relatório de Mueller não conseguiu provar o conluio entre a equipe de campanha de Trump e a Rússia para que o magnata republicano vencesse as eleições de 2016.

No entanto, mostrou que aqueles próximos a Trump mantiveram inúmeros contatos com intermediários russos, e que Moscou tinha realizado interferências na campanha presidencial com a intenção de favorecer o candidato republicano.

Mais de 30 pessoas foram acusadas por atos relacionados a essa investigação.