O Ministério Público Federal denunciou Gleen Greenwald por invasão de celulares. Segundo a operação Spoofing, o jornalista do site “The Intercept” seria culpado de invadir contas de autoridades em aplicativo de conversas, situação que permitiu 126 condutas criminosas.

O MPF também denunciou os hackers Thiago Eliezer Martins Santos, Luiz Henrique Molição, Gustavo Henrique Elias Santos, Danilo Cristiano Marques.

Gleen foi denunciado pelo crime de associação criminosa. Em 2019, The Intercept publicou conversas atribuídas ao juiz Sergio Moro e procuradores da Lava Jato. Investigações da Polícia Federal revelaram que os celulares foram hackeados. Um dos hackers, Walter Degatti Neto confirmou em depoimento que o conteúdo das conversas foi enviado ao jornalista.

Ainda em 2019, uma liminar de Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal determinou que o jornalista não fosse investigado na operação Spoofing. No entanto, o MPF alegou que Gleen não foi investigado, mas que as provas surgiram em apuração contra os hackers, o que justificaria a denúncia.  O MPF acrescenta que o jornalista auxiliou, orientou e incentivou os hackers a invadir os celulares.

A denúncia não implicaria na condenação dos supostos culpados. Para isso realmente acontecer a Justiça precisará entender quais são os indícios dos crimes, para então abrir um processo judicial, tornando os investigados em réus.

Em nota, a defesa de Gleen afirmou que a denúncia é um “expediente tosco” que desrespeitou a decisão de Gilmar Mendes e cujo objetivo é depreciar o trabalho jornalístico realizado pelo The Intercept.