A elevação da taxa básica de juros (Selic) de 9,25% para 10,75% ao ano, definida nesta quarta-feira (2) pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC), traz impactos na rentabilidade das aplicações financeiras.

A caderneta de poupança não acompanhará a escalada da Selic e seguirá com o retorno em 6,17% ao ano + Taxa Referencial (TR). A TR, que era nula desde setembro de 2017, saiu do zero no final do ano passado e valor passou a ser atualizado diariamente pelo BC. Em janeiro, a TR variou de 0,0231% a 0,1436% ao mês.

A Associação Nacional dos Executivos de Finanças Administração e Contabilidade (Anefac) estima que as contas antigas e novas da poupança terão um rendimento mensal de 0,52% ao mês, o que corresponde a uma rentabilidade de 6,68% ao ano, incluindo a variação da TR. As informações são do g1.

Numa simulação de depósito de R$ 1.000 na poupança, num prazo de 12 meses, considerando a manutenção da Selic no patamar de 10,75% ao ano, o rendimento será de R$ 66,80, totalizando R$ 1.066,80 ou 6,68% ao ano.

Por outro lado, outros investimentos, como o Tesouro Direto, passam a render mais com o aumento da Selic, segundo a iHUB Investimentos. A empresa de assessoria financeira explica que o Tesouro Direto Selic rende 100% da taxa básica de juros. “No início de 2021, o retorno para quem aplicava nessa opção de investimento era de 2% ao ano, o que era considerado muito pouco e, por isso, fez muita gente resgatar sua aplicação, porém, esse valor foi subindo ao longo do ano, e após a última alta feita pelo BC ele passou a render 10,75% a.a. “, diz nota da empresa.

“Essa aplicação é considerada por muitos analistas o investimento mais seguro no Brasil. Além de trazer segurança, ele rende mais do que a poupança e caso o resgate seja solicitado até às 13h o recurso é liberado no mesmo dia, após este horário a liquidez é em D+1, ou seja, o dinheiro cai na sua conta no dia seguinte”, explica o assessor de investimentos da iHUB, Diogo Santos.

Copom eleva Selic a 10,75%, com dois dígitos pela primeira vez em cinco anos

Outra opção é o Certificado de Depósito Bancário (CDB), que, segundo a iHUB, é uma oportunidade para quem quer aproveitar o aumento da taxa Selic. “Existem alguns tipos de certificados de depósito bancário, mas o destaque vai para os títulos pós-fixados e atrelados ao Certificado de Depósito Interbancário (CDI) – taxa que os bancos e instituições financeiras usam para fazerem empréstimos entre si-, essa opção historicamente segue a Selic, por isso, quando a Selic sobe o CDI acompanha e vice-versa”, defende a empresa.

Segundo Diogo, para quem precisa de liquidez diária, há oportunidades que pagam em média 103% do CDI na plataforma da XP, mas é importante saber que isso varia conforme a disponibilidade do produto.

Para quem não têm a necessidade de uma liquidez tão curta e pode deixar dinheiro investido, é possível encontrar opções que pagam 120% do CDI ou até mais, que também dependem da disponibilidade.

“Na prática, quando se investe em CDBs, o investidor está realizando um empréstimo para o banco e, por isso, ele remunera. Vale ressaltar que os CDBs contam com uma segurança adicional que é a cobertura do Fundo Garantidor de Crédito (FGC) de até R$ 250 mil por CPF e por instituição, caso o banco emissor venha a falir”, detalha a iHUB.

Letra de Crédito Imobiliário (LCI)

As LCIs foram criadas para impulsionar o mercado de crédito imobiliário. São títulos emitidos por bancos que emprestam esse recurso para empresas ligadas ao mercado imobiliário. As LCIs são isentas de Imposto de Renda (IR) e, como os CDBs, também contam com a garantia do FGC.

“É comum encontrar LCIs que pagam 100% do CDI, mas vale lembrar que por ser isenta de IR, uma LCI com vencimento para até 180 dias é equivalente a um CDB que paga 129% do CDI, por isso, vale a pena fazer essa conta” explica Santos.

Letra de Crédito do Agronegócio (LCA)

As LCAs incentivam o agronegócio, são isentas de IR e contam com a garantia do FGC.

Fundos de Investimentos Referenciados (DI)

Os Fundos DI buscam obter retornos que acompanham o CDI. Eles têm baixa volatilidade e baixas taxas de administração. Normalmente são utilizados como caixa ou reserva de emergência por possuírem retornos próximos ao CDI, aliado a liquidez imediata, segundo a iHUB.