Seis palestinos, incluindo o ex-líder de um grupo armado, fugiram de uma prisão do norte de Israel nesta segunda-feira (6) através de um túnel cavado sob uma pia, o que provocou uma grande operação de busca.

Em um comunicado, o Serviço Penitenciário de Israel (IPS) afirma que o alerta foi ativado às 3H00 locais (21H00 de Brasília, domingo), depois que as autoridades receberam informações sobre a presença de suspeitos nas proximidades da prisão de Gilboa, o que desencadeou a operação de busca da polícia.

O exército disponibilizou meios de observação aérea para a polícia e preparou suas tropas para o caso de necessidade de intervenção na Cisjordânia, território palestino ocupado por Israel.

O Clube de Prisioneiros Palestinos, uma organização com sede na Cisjordânia, identificou os foragidos.

Entre os fugitivos está Zakaria Zubeidi, famoso ex-líder do grupo Brigadas dos Mártires de Al Aqsa, o braço armado da organização Al Fatah do presidente Mahmud Abbas.

O IPS confirmou que o conhecido militante da cidade de Jenin é um dos foragidos.

A polícia, o exército e integrantes da agência israelense de segurança interna Shin Bet se uniram à operação de busca. Postos de controle foram instalados ao redor de Gilboa, com a presença de cães farejadores.

– Fuga para a Cisjordânia? –

A imprensa israelense considera possível que os fugitivos tenham retornado para a Cisjordânia, território ocupado por Israel desde 1967.

O exército afirmou que suas forças estão “preparadas e mobilizadas” na Cisjordânia, como parte da operação.

A fuga aconteceu poucas horas antes do início em Israel, na segunda-feira à noite, das festas do Ano Novo judaico.

O primeiro-ministro israelense Naftali Bennett considerou a fuga “muito grave” e pediu para ser informado regularmente sobre a busca dos foragidos.

A Jihad Isâmica, um dos principais movimentos armados palestinos, celebrou a fuga como um “ato heroico”.

Hamas, o grupo islamita que controla a Faixa de Gaza, submetida a bloqueio israelense, considerou a fuga um “ato corajoso e heroico”, assim como uma “verdadeira derrota” para o sistema de segurança de Israel.

Os 400 detentos de Gilboa, presos por “crimes contra a segurança”, foram realocados ante a possibilidade de que mais túneis tenham sido cavados no estabelecimento, segundo o IPS.

Zubeidi foi detido sob a acusação de “terrorismo” em 2019, em uma localidade da Cisjordânia próxima a Ramallah.

Antes, ele já havia sido indiciado pela Autoridade Palestina por ter participado em um ataque armado contra a residência do governador de Jenin, Qaddura Musa, em 2002.

Musa faleceu vítima de um infarto durante a ação. As forças de segurança palestinas prenderam dezenas de pessoas, incluindo Zubeidi, pouco depois do ataque.