Depois de passar por uma intervenção da Superintendência de Seguros Privados (Susep) e ser assumida pelo Banco Máxima, a seguradora Invest, ex-Banco Rural, voltou ao mercado pronta para oferecer seguros sob medida para seus clientes. Sob o comando de especialistas como o CEO Thiago Moura (ex-associado e diretor presidente da BTG Seguradora e Resseguradora), Eduardo Viegas (ex-CEO da Berkley Brasil Seguros), Geraldo Castro (ex-Invest) e Newton Queiroz (ex-CEO da Argo Seguros) como membros da diretoria, a empresa chega aos 45 anos com cerca de 200 funcionários e receita de R$ 1 bilhão em 2020.

Segundo o executivo, o grupo já pensava em se unir, mas começar uma empresa do zero parecia mais complicado do que começar a partir de uma seguradora saneada e com faturamento bilionário. Cohecedores do mercado, osnovos sócios assumiram a tarefa de trazer produtos que atendessem melhor às demandas dos clientes. Utilizando novas tecnologias, a empresa, rebatizada como Kovr, quer ir além dos produtos tradicionais de prateleira.

APÓLICE INOVADORA A empresa quer oferecer produtos diferentes, com foco na geração de energia solar, segundo o CEO Thiago Moura. (Crédito:Fabio Piva)

Um exemplo da inovação é o seguro para eficiência energética. Por meio de uma parceria com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), a companhia conseguiu elaborar um seguro para fomentar o uso de energia solar no País. Para isso, vai oferecer a grandes usuários de eletricidade, que precisam contratar eletricidade no mercado, os recursos para implantar projetos de geração a partir do Sol. O objetivo é que essa empresa que gasta muito com energia passe a utilizar placas solares. Assim, após a implantação do projeto ela terá uma economia substancial. “Suponha que empresa tem uma conta de R$ 100 mil e precisará investir R$ 2 milhões para mudar sua fonte de energia.Ela calcula que levará 20 meses para o investimento retornar. Mas, se não conseguir, a seguradora vai garantir esse retorno no tempo previsto e a economia dos R$ 100 mil por mês”, disse Moura.

Segundo o executivo, a Kovr reuniu talentos, com foco no varejo e abertura de novos ramos. Por isso, ao invés de criar startup do zero, e que necessitaria de uma curva de aprendizado, eles optaram por algo que já estava rodando. “O ramp-up é mais rápido”.

Para Moura, assim como em outros mercados, o setor de seguros teve de se digitalizar na pandemia, o que ajudou a acelerar os negócios online. Tendência que deve continuar. Por isso, a empresa está atenta às necessidades dos clientes. Um exemplo é o avanço do home office. As empresas tiveram de descentralizar a administração. Agora, é preciso levar em conta desde um acidente doméstico do funcionário até a segurança dos equipamentos na casa dele, bem como o transporte. “Criamos mais de um ramo na mesma apólice, que inclui furto de equipamento na casa, no transporte ou dentro da empresa”, explica.