O verão europeu acabou em setembro e foi muito aproveitado pelos moradores locais, que deixaram o isolamento depois da chegada do coronavírus no continente, em março. Com o fim da temporada, porém, a tendência é de novos isolamentos. Em comunicado, o Centro Europeu para Prevenção e Controle de Doenças (ECDC, em inglês), avaliou que a vulnerabilidade à infecção permanece alta, e que o aumento de resultados positivos na última semana não está relacionado ao crescimento dos testes. Nesse cenário, a Itália – país mais impactado no início da pandemia – registrou, na quarta-feira (28), um recorde de novas transmissões: quase 25 mil casos. Na terça-feira (27), a França já havia registrado o recorde de 523 mortes em 24 horas, número inédito desde 22 de abril (544). Também arrastada pela onda, a Alemanha registrou o maior número de infectados diários desde o início da pandemia – 15 mil. Como resposta, os governos francês e alemão decretaram na quarta-feira (28) um lockdown parcial, permitindo apenas o funcionamento de escolas. Resta saber se a maré alta chegará ao Brasil, que apresenta média de 23 mil novos casos diários.

Fintech é acusada de racismo e afirma: “Erramos”

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A entrevista da cofundadora do Nubank Cristina Junqueira ao programa Roda Viva, na segunda-feira (19), deu o que falar. Quando perguntada se o alto grau de exigência durante o recrutamento de candidatos não seria uma barreira de entrada para pessoas negras, Junqueira disse que não poderiam “nivelar por baixo”. A repercussão foi altamente negativa, principalmente nas redes sociais da fintech, que se posicionou, através de nota assinada pelo fundador, David Vélez, pela própria Junqueira e pelo também cofundador Edward Wible: “Deixamos de nos questionar e, com isso, perdemos a humildade”. O grupo também anunciou a parceria com o Instituto Identidades do Brasil, responsável por promover o selo Sim à Igualdade Racial a empresas.

Dólar se aproxima de R$ 5,80 e Banco Central interfere

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Na quarta-feira (28), o dólar comercial atingiu o segundo maior valor do ano, com a máxima do dia em R$ 5,79. Uma alta de quase 2%. Em 18 de maio, a cotação foi de R$ 5,80. A moeda americana acumula alta de mais de 40% no ano, motivada pela instabilidade política e econômica. A chegada da segunda onda da pandemia na Europa e nos Estados Unidos também é apontada como causa direta dessa disparada. Para desacelerar essa crescente, o Banco Central fez um leilão da moeda americana, que baixou a R$ 5,72. O dólar turismo chegou a ser negociado a R$ 6,35 para compras no cartão pré-pago.

Presidente revoga decreto que estudava possibilidade de privatização do SUS

Depois de publicar o decreto 10.530 no Diário Oficial da União de terça-feira (27), o presidente Jair Bolsonaro recebeu uma chuva de críticas, principalmente nas redes sociais. Assinado com o ministro da Economia, Paulo Guedes, autorizava a equipe econômica a preparar estudos “de parcerias com a iniciativa privada para a construção, a modernização e a operação de unidades básicas de saúde”. Após reação negativa, Bolsonaro revogou a medida em edição extra do Diário Oficial, publicado na quarta-feira (28). “Em momento algum (o decreto) sinalizava para a privatização do SUS ”, afirmou, completando que o mesmo poderá ser reeditado.

Produção de calçados tem queda e volta ao nível de 16 anos atrás. Tombo é maior nas exportações

A retração do varejo brasileiro durante a pandemia de Covid-19 foi, em maior parte, a razão da queda de 28,6% na produção de calçados no Brasil. De acordo com a Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), a projeção de produção para 2020 é de 650 milhões de pares. Em 2019, esse volume foi de 908 milhões. A indústria brasileira é a quarta maior produtora de calçados do mundo e possui aproximadamente 85% da produção nacional para consumo doméstico, mas também sente impacto da queda de exportações, que devem atingir o volume mais baixo de pares produzidos dos últimos 37 anos.

Rússia entra com pedido de aprovação da vacina Sputnik V na OMS

Alexei Druzhinin

A corrida pela vacina contra a Covid-19 tem a Rússia como vencedora autodeclarada. Com os testes clínicos atualmente na fase 3, a Sputnik V recebeu, em agosto, a autorização de Moscou para ser produzida. A autorização aconteceu um mês antes das publicações científicas sobre as fases de desenvolvimento serem divulgadas. Na terça-feira (27), o Fundo de Investimentos Diretos (RDIF), que financia o desenvolvimento da vacina, solicitou à Organização Mundial da Saúde a aprovação para uso emergencial. A medida parece ser mais um jogo político do governo de Vladmir Putin, já que, se liberada, “a vacina será incluída na lista de medicamentos utilizados por organizações de compras internacionais e países para gerenciar a compra a granel de medicamentos”, afirmou o comunicado russo.

Ex-porta-voz da Presidência da República compara Jair Bolsonaro a Júlio César

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Sem a necessidade de citar o nome do presidente, o general Otávio do Rêgo Barros, demitido no início de outubro da função de porta-voz, deixou bem clara sua opinião sobre o governo atual. O artigo, publicado no jornal Correio Braziliense na terça-feira (27), afirma que, ao sair vitoriosa, “a autoridade incorpora a crença de ter sido alçada ao olimpo por decisão divina, razão pela qual não precisa e não quer escutar as vaias. Basta-se a si mesmo”. Para Barros, os escravos responsáveis por lembrar Júlio César de sua natureza humana – hoje reconhecidos como assessores leais – passaram a ser rejeitados e feridos ao assumirem sua missão. Como sobrevivência, quem fica se cala. “O poder inebria, corrompe e destrói! E se não há mais escravos discordantes leais a cochichar: `Lembra-te que és mortal`, a estabilidade política do império está sob risco.”