Em entrevista à DINHEIRO, Fernanda Leôncio fala sobre a ideia e os planos de expansão para chegar a 50 mil contas ativas ainda este ano.

O que a Conta Black tem de diferente?
Trabalhamos para as classes C, D e E, principalmente para quem, apesar de ter uma vida financeira saudável, não consegue crédito em grandes instituições. Meu sócio percebeu essa lacuna quando tentou tomar empréstimo para ampliar o negócio dele e após algumas negativas nos juntamos para trabalhar em prol do crédito para o que chamamos de “ninguém acredita que vai dar certo e que a dívida será paga”.

Como foi a aceitação no mercado?
É a primeira conta digital criada por negros no Brasil e ainda com uma mulher fundando o negócio. Mas foi bem melhor do que imaginávamos tanto que estamos expandindo para chegar nas 50 mil contas que queremos até o final de 2020. Temos mais de 4 mil pessoas na fila de espera para terem o cartão black. O produto chamou a atenção pelo formato e design. Muita gente aderiu a conta sem ter noção do nosso produto, mas foi ótimo e queremos que cada vez mais as pessoas conheçam e aceitem a conta black.

Quais as novidades para este ano?
Lançaremos nosso aplicativo no final de março. Será um modelo simples e leve para não consumir memória do aparelho celular do correntista. Através do app, vamos oferecer empréstimo, emissão de boletos, pagamentos e leituras pelo QR code. A grande novidade será o saque sem cartão que está previsto para ser lançado no segundo semestre de 2020. O aplicativo será nossa principal ferramenta para bater a meta dos 50 mil correntistas.

Podemos considerar que se trata de um agente de empoderamento social?
Sim, claro. Dos 45 milhões de desbancarizados no País, 86% são das classe C, D e E; 60% são mulheres; e 70% são negros ou pardos (dados do IBGE). O banco também oferece educação financeira. Queremos que os clientes entendam como funcionam crédito e tarifas. Queremos também educar o correntista para que ele tenha uma vida financeira saudável.

Número da semana
R$ 200 BILHÕES

É a expectativa de arrecadação total com ofertas públicas iniciais de ações (IPOs) e aumento de capital (follow-ons) para o ano de 2020. Na sexta-feira 21, a Caixa Seguridade protocolou pedido para realização da oferta pública de ações (IPO) na CVM. A oferta deve girar em torno de R$ 15 bilhões, sendo apenas secundária, com venda de ações que estão nas mãos do banco. Na fila de operações em análise pela CVM agora são 13 pedidos de IPOs: os mais recentes, além de Caixa Seguridade, são Ambipar Participações, Cury Construtora, Hidrovias do Brasil, One mpreendimentos, Pacaembu Construtora e Petz; antes já estavam na fila Allied Tecnologia, Almeida Júnior, BBM Logística, Canopus Holding, Lojas Quero-Quero e Vamos Locação. “Acreditamos que a B3 deve seguir se beneficiando do crescimento do fluxo negociado tanto via ofertas quanto no mercado secundário”, diz a Guide Investimentos, em relatório. Até 12 de fevereiro haviam sido concluídos quatro IPOs: Locaweb, Mitre Realty, Moura Dubeux e Priner.