A fintech BomConsórcio opera no mercado secundário de consórcios. Jorge Freire, CEO da empresa, explicou como surgiu a ideia e quais as vantagens para os consorciados e para as administradoras.

Como surgiu o BomConsórcio?
Em 2014, durante conversas com a Caixa Seguradora, que tem um braço voltado a consórcio, percebemos que o setor tinha dificuldade para permitir a saída para o cliente que não podia continuar pagando. As administradoras brigam para não perder o consorciado. Jogam a inadimplência para a parcela futura, criam diversas condições, mas se ele não ficar no consórcio, sua cota é cancelada e ele perde bastante do que pagou.

Se desistir, o consorciado perde quanto?
Pelo menos 25% do que foi pago é perdido quando o contrato é cancelado. Isso por causa de taxas e multa. Mas em uma situação de desespero, muitos clientes aceitam até perder mais para receber logo o dinheiro.

Como funciona?
Nós negociamos com terceiros a cota do consorciado que precisa desistir. Pode ser um fundo ou outra pessoa física que queira assumir aquela cota. Assim ninguém perde. A administradora mantém a saúde financeira e o cliente recebe um valor justo ao sair. Nossa proposta é estruturar esse mercado e garantir uma transação justa e segura para todos os envolvidos.

Ocorrem muitas transações desse tipo?
Desde que começamos já concluímos 30 mil operações no mercado secundário. No momento, temos 80 mil cotistas conversando conosco regularmente. Cerca de 50 mil têm interesse em sair do consórcio por meio do nosso canal, mas ainda não se decidiram.

Mas isso não joga contra o próprio consórcio?
Não, há todo um trabalho das administradoras para evitar a perda do cliente. Só chega até o BomConsórcio quem não tem outra opção.

Quantas administradoras vocês atendem?
Cinco. Caixa Seguradora, BB Consórcio, Itaú Consórcio, Consórcio Magalu e Bancorbrás.

Como é a remuneração das partes envolvidas?
A remuneração é feita pelo comprador. Na negociação já estão inclusos os valores devidos à administradora, ao consorciado e também a nossa comissão pelo trabalho de intermediação, que é de 12% do valor transacionado, em média.

E qual a meta de vocês para 2021?
Em 2019 comercializamos cerca de 9 mil cotas, que equivalem a R$ 70 milhões em direitos creditórios. Para 2020, nossa previsão é comercializar 12 mil cotas, algo em torno de R$ 120 milhões. Em 2021, estão previstos investimentos da ordem de R$ 20 milhões. Estimamos dobrar de tamanho nos próximos 14 meses, o que é possível, pois o mercado tem 143 administradoras que só no ano passado liberaram R$ 46 bilhões em créditos referentes a cartas de consórcio.

BANCARIZAÇÃO
7 milhões de novos correntistas

Sete milhões de pessoas passaram a ter uma conta bancária em 2020, segundo uma pesquisa realizada pelo Banco PAN. O levantamento ouviu 1.529 pessoas com renda familiar de até R$ 10 mil. De acordo com o estudo, em 2020 apenas 1% dos brasileiros com renda familiar até R$ 4.999 declaram não ser bancarizados. Esse índice era de 6% em 2019. Entretanto, a taxa de pouco bancarizados (que utilizam sua conta uma vez por mês ou menos) permanece em 79%. Entre os brasileiros com renda de 5 mil até 10 mil reais, a taxa de desbancarizados caiu de 1% para 0% no levantamento atual. Contudo, novamente a taxa daqueles que se declararam pouco bancarizados ainda é alta, apesar de ter caído de 73% para 70% na segunda edição da pesquisa.

GLOBALIZAÇÃO
BS2 tem 100 mil contas internacionais

Lançada há um ano, a conta internacional do banco BS2 já tem cerca de 100 mil clientes. Cotada em dólar, a conta permite que o usuário pague despesas no exterior ou no Brasil, quando o serviço for cobrado em moeda estrangeira. Outras aplicações são compras de produtos ou serviços pela Internet, pagamento de assinatura de jornais e revistas estrangeiros, mensalidades de streaming, games, apps ou qualquer outra conta cobrada em dólar.

Número da semana
3,5% 

foi o aumento da produção de aço em outubro, em comparação com o mesmo mês de 2019. A produção brasileira de aço bruto foi de 2,8 milhões de toneladas. Já a produção de laminados foi de 2,1 milhões de toneladas, 12,6% superior à registrada em outubro de 2019. A produção de semiacabados para vendas foi de 610 mil toneladas, queda de 1,4% ante 2019. Esse aumento na produção foi provocado por uma alta no consumo. As vendas no mercado interno cresceram 16,7% frente a outubro de 2019 e atingiram 1,9 milhão de toneladas. O consumo aparente de produtos siderúrgicos foi de 2,1 milhões de toneladas, 11,2% superior ao apurado no mesmo período de 2019. Como resultado, as exportações caíram para 842 mil toneladas, retração de 26,4% ante 2019. No entanto, as importações também diminuíram. Encolheram 22,5% ante 2019, para 163 mil toneladas.