Por Sarah Marsh

SANTIAGO (Reuters) – O chanceler alemão, Olaf Scholz, fez lobby nesta semana para que a América do Sul priorize a cooperação com a Alemanha em seu setor de commodities, enquanto Berlim entra na corrida por minerais essenciais, entre eles o lítio, fundamental para a indústria automotiva do país.

A maior economia da Europa tem ficado para trás na corrida por minerais essenciais, em parte devido à aversão a métodos de mineração, bem como à fé no mercado aberto, dizem autoridades do governo alemão.

Isso resultou em uma dependência da China, que tem investido amplamente no setor de mineração na América do Sul, rica em recursos, e no processamento de commodities.

Agora, porém, a crescente demanda por minerais essenciais e as preocupações geopolíticas estão impulsionando uma melhor garantia e diversificação de suprimentos –por exemplo, por meio de acordos de compra, participações em minas ou possivelmente o estabelecimento da própria capacidade alemã de processamento.

Em sua primeira viagem à América do Sul nesta semana, Scholz visitou a Argentina e o Chile, que ficam no topo do “triângulo do lítio” da região, a maior reserva mundial do metal ultraleve que é essencial para a fabricação de baterias para veículos elétricos.

Em Santiago, ele assinou uma nova e ampliada parceria de commodities visando intensificar a cooperação no setor. Isso incluirá um fórum bilateral anual e instrumentos estatais como garantias de investimento para promoção do comércio.

Dadas as preocupações ambientais, sociais e trabalhistas relacionadas à mineração –que têm provocado ira e frustrado alguns projetos no setor–, os elevados padrões da Alemanha tornam o Chile um parceiro ideal, disse Scholz.

“Queremos ajudar o Chile no caminho para um setor de mineração sustentável”, disse Scholz em uma coletiva de imprensa com seu homólogo chileno, apontando para um novo acordo de cooperação assinado entre a maior produtora europeia de cobre, a Aurubis e a estatal de cobre chilena Codelco.

O hidrogênio verde é outro setor em que há grande espaço para cooperação entre a Alemanha e a América do Sul, disse Scholz, dado o enorme potencial da região para geração de energia renovável e o pioneirismo tecnológico da Alemanha.

(Reportagem de Sarah Marsh; reportagem adicional de Brendan O’Boyle e Noe Torres)

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