O Conselho de Sentença do Tribunal do Júri de Florianópolis (SC) condenou dois homens pelo assassinato de um turista paulista no norte da ilha, em setembro de 2017. O rapaz foi morto após ser confundido com integrante de uma facção rival quando tentava comprar um cigarro de maconha. A vítima aproveitava o feriadão da Independência com uma amiga na praia de Canasvieiras.

A execução do turista foi gravada em celular e depois enviada a parceiros pela rede social de bate-papo WhatsApp. Um dos acusados foi identificado pela tatuagem e pela camiseta que usava no dia do crime, as quais estavam registradas em uma rede social em que ele aparecia com a namorada.

Um acusado pegou 17 anos e 16 dias-multa pelos crimes de homicídio duplamente qualificado e participação em organização criminosa. Ele é réu confesso do assassinato, mas negava ser membro de facção. O outro réu, que negava participação, foi condenado a 12 anos de reclusão, em regime fechado, pelo crime de homicídio duplamente qualificado.

Este segundo acusado foi inocentado dos crimes de organização criminosa e corrupção de menores. Os dois condenados estão presos e não podem recorrer da decisão em liberdade.

A sessão do Tribunal do Júri, realizada na segunda-feira, 28, foi marcada por forte debate entre acusação e defesa. O julgamento foi presidido pela juíza substituta Mônica Bonelli Paulo Prazeres.

Segundo a denúncia do Ministério Público, o assassinato foi praticado por motivo torpe porque os dois homens, que tiveram o auxílio de mais dois adolescentes, acharam que a vítima era de uma facção rival. A vítima trabalhava como promotor de vendas e residia em São Paulo.

As investigações da Polícia Civil indicavam que os dois réus, com o auxílio de dois menores, levaram o turista até a estrada geral do Moçambique. O objetivo dos agressores, segundo a acusação do Ministério Público, era obter a confissão da vítima sobre a participação na facção rival. Sem êxito, eles mataram o rapaz com disparos de armas de fogo.