A Saudi Aramco revelou que venderá 1,5% de suas ações em sua oferta pública inicial de ações (IPO), ou 3 bilhões de papéis. Cada um será vendido a um preço entre 30 e 32 riyals, a moeda local. Com isso, a companhia teria valor de mercado de cerca de US$ 1,65 trilhão, abaixo dos US$ 2 trilhões pretendidos pelo príncipe saudita Mohammed bin Salman.

Com o preço das ações no ponto médio, a Saudi Aramco arrecadaria US$ 25 bilhões com a oferta, mesmo valor levantado pela Alibaba Group Holding Ltd em seu IPO, em 2014. A intenção inicial do governo saudita era de arrecadar US$ 100 bilhões. Os valores menores que o esperado vêm com os riscos operacionais, geopolíticos e de governança que a Aramco enfrenta.

A companhia teve lucro de US$ 68 bilhões em 2019 até o final de setembro. No entanto, com os ataques às instalações de refino da empresa naquele mês, o lucro caiu cerca de 30% no terceiro trimestre em comparação com o mesmo período de 2018, para US$ 21,2 bilhões. O recuo foi maior que a queda de 17% nos preços de petróleo no mesmo período.

A Saudi Aramco tem feito esforços de propaganda em centros financeiros dos Estados Unidos, da Ásia, da Europa e do Oriente Médio para atrair investidores. Além disso, a companhia também mira a classe média saudita, que vem sendo estimulada a investir na petrolífera. A Aramco pretende vender 0,5% de suas ações a investidores de varejo individuais.

O preço das ações no IPO deve ser estabelecido após o final do procedimento de coleta de intenções (bookbuilding), em 4 de dezembro. Depois disso, a negociação das ações deve ser iniciada na Saudi Stock Exchange (Tadawul). No ponto médio pretendido para a oferta, a companhia geraria dividendos de cerca de 4,5%, baseados em um pagamento anual de cerca de US$ 75 bilhões.