O Ministério da Saúde utilizou R$ 70,4 milhões de recursos públicos emergenciais da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) para a produção de 4 milhões de comprimidos de cloroquina. O subsídio era direcionado para medicamentos que auxiliam pacientes com coronavírus.

De acordo com documentos da pasta acessados pelo jornal Folha de S. Paulo, a fundação produziu, de 29 de junho e 6 de outubro de 2020, a cloroquina e o fosfato de oseltamivir (o Tamiflu) que não têm eficácia contra a covid-19.

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O dinheiro saiu da Medida Provisória (MP) nº 940, que estabelece diretrizes para o enfrentamento da pandemia. Com a regulamentação, o Ministério da Saúde recebeu um crédito extraordinário de R$ 9,44 bilhões. Para a Fiocruz, que é vinculada à pasta, foram destinados R$ 457,3 milhões.

A instituição afirmou à Folha que a produção de cloroquina e de Tamiflu não impactou as ações voltadas a pesquisas, testes e desenvolvimento de vacinas, por se tratarem de unidades distintas.

A Fiocruz disse ainda que Farmanguinhos, o instituto responsável pela fabricação de medicamentos do órgão, produziu cloroquina para atender ao programa nacional de prevenção e controle da malária. A Fiocruz e o Ministério da Saúde  não comentaram o uso dos recursos da MP.