Um novo movimento global para a preservação dos oceanos está em curso. Líderes de 14 nações, entre elas Japão, Canadá e Austrália, presentes no Painel Alto Nível para a Economia Sustentável do Oceano, se comprometeram com um plano para equilibrar a proteção, produção e prosperidade de 30 milhões de km2 de águas oceânicas sob sua gestão. O Brasil ficou de fora. Nem mesmo os apelos públicos para que autoridades de estados costeiros e oceânicos em todo o mundo se juntassem ao movimento, surtiu efeito. “Juntos, podemos restaurar a saúde dos nossos oceanos de forma sustentável, construir economias azuis mais fortes e mais resilientes, além de criar um futuro mais saudável, limpo e próspero para as gerações atuais e futuras”, disse Justin Trudeau, primeiro-ministro do Canadá.

Atualmente, o oceano gera cerca de US$ 2,5 bilhões em receitas para a economia global, transporta 90% das mercadorias e serve como fonte de alimento para mais de 3 bilhões de pessoas. No Brasil, mais de 95% do petróleo e 80% do gás natural consumidos são de origens marítimas. Outro papel fundamental das águas salgadas está diretamente relacionado ao equilíbrio climático: é responsável por absorver cerca de um quarto das emissões de CO2 e produzir 50% do oxigênio do mundo. Por isso, o Painel do Oceano estabelece uma meta global para proteger 30% da área até 2030, com ações divididas em cinco áreas críticas: riqueza, saúde, equidade, conhecimento e financiamento da águas.

A contribuição de cada país dependerá das suas circunstâncias nacionais, o que deveria impedir a negativa de qualquer um em se se engajar no movimento. A realidade, no entanto, nem sempre é como deveria ser.

Evandro Rodrigues
(Nota publicada na edição 1201 da Revista Dinheiro)