Em março, o Controle Espacial dos EUA relatou o rompimento de um satélite militar chinês lançado em 2019. Não estava claro na época se a espaçonave havia sofrido algum tipo de falha – um explosão em seu sistema de propulsão, talvez – ou se tivesse colidido com algo em órbita.

Agora se sabe que a última explicação está correta, graças a algumas investigações do astrofísico e rastreador de satélite Jonathan McDowell, que trabalha no Centro de Astrofísica Harvard-Smithsonian, nos Estados Unidos.

+ Internet por satélite de Musk cresce 30% em um mês e atende 90 mil usuários em 12 países

Jonathan notou uma alteração no catálogo do site Space-Track, feita neste domingo. A entrada para o objeto conhecido como “48078, 1996-051Q” agora diz: “colidiu com um satélite”. Segundo McDowell, esse tipo de comentário é novo, e nunca havia sido visto antes.

O 48078 é um pequeno pedaço de um foguete russo Zenit-2 que em 1996 lançou ao espaço um satélite de espionagem eletrônica chamado Tselina-2. Entre 1997 e 2001 oito pedaços deste foguete foram rastreados, mas este é novo: os dados no catálogo são de 16 de março, e só há uma órbita registrada.

Uma possível explicação para a ausência de dados é que o objeto só foi identificado nos dados do site após uma colisão. Mas se isso de fato ocorreu, com quem ele colidiu? Com um pouco mais de pesquisa, McDowell determinou que o Yunhai 1-02 foi provavelmente a vítima.

Dados mostram que o Yunhai 1-02 (número 44547 no catálogo) e o 48078 passaram a 1 km de distância um do outro, ou seja, no limite da precisão de nossos sistemas de detecção, às 4h41 do dia 18 de março (horário de Brasília). Exatamente quando o 18º SPCS reporta que o satélite chinês se despedaçou.