Papéis avulsos

A Sapore, fornecedora de refeições para empresas que fatura R$ 1,5 bilhão por ano, quer entrar no varejo. Para isso, o fundador e controlador Daniel Mendez propôs na semana passada uma fusão com a International Meal Company (IMC), dona de marcas como Viena e Frango Assado, que faturou R$ 1,49 bilhão nos 12 meses até 30 de setembro de 2017. Pela proposta, os acionistas da Sapore ficariam com 50,4% das ações da empresa resultante. Antes da operação, a IMC pagaria um dividendo especial de R$ 355,3 milhões –R$ 2,13 por ação– aos acionistas atuais, como o fundo americano Advent, que tem 10% de participação na empresa. Os ganhos de sinergia estão estimados em R$ 130 milhões e a nova empresa poderia faturar R$ 3,3 bilhões anuais. O Conselho de Administração da IMC tem até o dia 23 de fevereiro para definir se submete, ou não, a proposta aos acionistas. Se aprovada, a fusão vai depender da aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

 

Varejo

Natura busca novo diretor financeiro

A Natura iniciou, na sexta-feira 9, a busca por um substituto para José Roberto Lettiere, vice-presidente de Finanças e de Relações com Investidores, que deixará a empresa no fim deste mês. Durante a transição, o presidente João Paulo Ferreira assumirá a posição. Nos três anos que ocupou o cargo, Lettiere participou da aquisição da marca de origem britânica The Body Shop por € 1 bilhão (R$ 4,03 bilhões), finalizada em setembro passado, e da captação de US$ 1,15 bilhão no mercado internacional em janeiro, para alongar dívidas. Ele contribuiu ainda para a organização do orçamento da empresa. No ano, as ações sobem 1,3%.

 

Quem vai lá

Inepar deve sair da bolsa

O grupo de infraestrutura Inepar, em recuperação judicial, comunicou na segunda-feira 12 que as suas ações deixarão de ser negociadas na B3 no dia 13 de março. A medida reflete a falta de divulgação dos balanços referentes ao primeiro e ao segundo trimestres de 2017. Desde o dia 9 de fevereiro, os papéis são negociados somente por meio de leilão.

 

Siderurgia

Gerdau vende usinas

A Gerdau anunciou, na semana passada, a venda de duas centrais hidrelétricas em Goiás para a mineradora canadense Kinross por R$ 835 milhões. O desinvestimento visa reduzir a dívida líquida da siderúrgica, estimada em R$ 13,6 bilhões. Segundo Luiz Caetano, analista da Planner Corretora, os prognósticos são positivos para a siderurgia em 2018. A retomada da economia, que elevou a produção brasileira de aço em 9,9% em 2017, deve continuar a impulsionar o setor. “A ação da Gerdau é a que tem mais espaço para valorizar, pois andou pouco no ano passado”, diz Caetano. No ano, os papéis sobem 20,8%. Em 2017, a alta foi de 15,2%.

 

Touro x Urso

Na semana mais curta por conta do Carnaval, o Ibovespa subiu 4,4% até a quinta-feira 15. No mês, entretanto, o indicador recua 0,6%. As ações da Vale se destacaram, com avanço de 9,1% na semana, como reflexo da alta na cotação do minério de ferro, negociado a US$ 78,25 por tonelada, o nível mais alto desde abril de 2017.

 

Destaque no pregão

Itaúsa quer ir às compras

A holding Itaúsa possui 37,4% do capital do Itaú Unibanco, e vai receber uma fatia gorda do dividendo de R$ 17,5 bilhões, que será pago pelo banco no início de março. Vão entrar R$ 6,5 bilhões no caixa da Itaúsa, o que deve incentivar a companhia a buscar novas aquisições. Em setembro do ano passado, Alfredo Setubal, presidente da holding, informou que a empresa avaliava adquirir uma participação na petroquímica Braskem, atualmente controlada pelo grupo Odebrecht. Além de controlar Duratex e Alpargatas, a Itaúsa opera no setor petroquímico com a Elekeiroz, e, no início de 2017, comprou uma participação de 7,65% na empresa de gasodutos Nova Transportadora do Sudeste, pelo equivalente a R$ 940 milhões. Até quarta-feira 14, as ações subiam 26% no ano, cotadas a R$ 13,27.

Palavra do analista:
Os analistas Henrique Navarro e Olavo Arthuzo, do Santander, consideram acertada a estratégia de diversificação. “Depois de adquirir a participação na Alpargatas, fica claro que a Itaúsa está se concentrando em ativos mais lucrativos, que devem contribuir para a manutenção de altos retornos no médio e longo prazos”, escreveram. Eles projetam um preço-alvo de R$ 14,70 para o fim de 2018.

 

 

Mercado em números

RENNER
R$ 732 milhões – É o lucro líquido da varejista no acumulado de 2017, alta de 17,2% na comparação anual

RAÍZEN
R$ 612 milhões – É o lucro da produtora de açúcar e etanol no terceiro trimestre da safra 2017/2018, queda de 40,5% na comparação anual

BR PHARMA
R$ 550 milhões – É o valor das dívidas da companhia, em recuperação judicial, que tiveram o vencimento antecipado pelo BTG Pactual

LOCAMERICA
R$ 500 milhões – É quanto a companhia de locação de veículos vai captar por meio de uma emissão privada de debêntures simples. Os recursos destinam-se a pagar a aquisição da Unidas, realizada em dezembro de 2017

ROSSI RESIDENCIAL
R$ 110 milhões – É o valor dos imóveis que a incorporadora vai transferir para a empresa de securitização de ativos imobiliários RB Capital, para avançar com sua reestruturação financeira