Assim como casos e óbitos, São Paulo também tem registrado aumento na demanda por leitos hospitalares diante do avanço da covid-19. A média diária de internações subiu 10,8% em menos de duas semanas, passando de 1.364, na penúltima semana de dezembro, para 1.476 na atual semana epidemiológica (que se encerra no sábado, 9). A média é a mais alta registrada desde o início de setembro. Com aglomerações e sem começar a vacinação, o Brasil ultrapassou a marca de 200 mil óbitos esta semana.

Em coletiva nesta sexta-feira, 8, o secretário estadual da Saúde, Jean Gorinchteyn, destacou que o número é preocupante por mostrar um aumento real, pois a média de internações não depende de resultados de testes, que podem sofrer atrasos. “Lembrando que esse é um dado atual, e, com isso, não é algo que eventualmente tivesse ficado represado”, explicou.

No caso exclusivo de leitos de UTI, as regiões com a situação mais grave são as de Marília (com 75,8%), de Presidente Prudente (com 74,5%) e de Sorocaba (com 74,1%). A média estadual é de 63,3%, um pouco abaixo da registrada na Grande São Paulo, que é de 65,5%. O Estado tem uma média de 17,8 leitos para covid-19 a cada 100 mil habitantes.

Já dados da Prefeitura de São Paulo apontam taxa de ocupação de UTI de 61% em hospitais municipais e de 91% em hospitais contratualizados (leitos contratados em instituições privadas), totalizando 612 internados em UTI. O total de internações por covid-19 na rede municipal da capital é de 1.140, incluindo enfermaria.

A demanda também se repete na rede privada. No Hospital Sírio-Libanês, havia 153 casos de covid-19, sendo 44 de pacientes na UTI, na quinta-feira, 7. Na segunda-feira, 4, esse balanço era de 137 pacientes, dos quais 46 em unidade de terapia intensiva.

Já no Beneficiência Portuguesa, por exemplo, há uma ocupação de 74% nos leitos de UTI para pacientes com confirmação ou suspeita de covid-19 (37 pacientes). Outros 69 casos relacionados à doença estão em enfermaria na instituição, que tem um total de 938 leitos, dos quais cerca de 110 são para covid-19. “A instituição mantém estreita vigilância sobre a evolução epidemiológica dessa doença, acompanhando diariamente os indicadores de ocupação e, quando necessário, promove ajustes no número de leitos direcionados para os casos de covid-19”, explica em nota.

De acordo com médicos ouvidos pelo Estadão esta semana, houve aumento de “surtos familiares”, quando dois ou mais da mesma família se infectam, o que pode ser reflexo de encontros de Natal. Profissionais de saúde acreditam que nas próximas semanas deve haver uma elevação significativa de pacientes, como consequência das aglomerações e viagens do réveillon.