Dois anos após o fim declarado da crise hídrica paulista, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) inaugura neste sábado, em Nazaré Paulista, interior de São Paulo, a obra de transposição de água Jaguari-Atibainha, considerada essencial para socorrer o Sistema Cantareira em caso de uma nova seca extrema no principal manancial paulista.

A obra vai levar 5,1 mil litros por segundo – 8% do volume de água consumido na Grande São Paulo – da represa Jaguari, que integra a bacia do Rio Paraíba do Sul, para a represa Atibainha, do Sistema Cantareira. A construção teve início em 2016 e custou R$ 555 milhões.

A obra foi anunciada por Alckmin ainda em 2014, primeiro ano da crise, com conclusão prevista para o fim do ano seguinte. Mas o projeto provocou uma disputa com o governo do Rio, que capta água do Rio Paraíba para abastecer a população fluminense. Após acordo homologado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) ainda em 2015, a obra teve início no ano seguinte, quando o próprio governador já havia anunciado o término da crise de abastecimento na Grande São Paulo.

Segundo a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), responsável pela obra, a transposição aumenta a segurança hídrica para o abastecimento de água das regiões metropolitanas de São Paulo e Campinas pelos próximos anos. Dados da estatal apontam que o risco de o Cantareira receber por mês um volume de água insuficiente para atender à demanda cairá de 6,7% para 0,4% com a inauguração da obra.

O acordo com o governo do Rio para liberar a transposição prevê que o bombeamento da água seja feito nos dois sentidos. Ou seja, quando for preciso, a Sabesp poderá mandar água do Cantareira para a represa Jaguari, no Vale do Paraíba. Nesse sentido, a transposição vai bombear até 12,2 mil litros por segundo. Essa parte da obra ainda não foi concluída e deve ser entregue até o fim deste mês, segundo a gestão Geraldo Alckmin.