Em alerta por causa do aumento das denúncias de violência contra idosos no estado de São Paulo, o governo paulista discutiu o tema hoje (22) em seminário. De acordo com os dados de 2016 da Ouvidoria Nacional dos Direitos Humanos, as ligações para o Disque 100 relativas a violações de direitos contra os idosos alcançaram 7.550 registros, o que representa 27% do total de denúncias recebidas no estado. O número também representa um aumento de 10% em um ano na comparação com os dados de 2015.

De acordo com o secretário de Desenvolvimento Social de São Paulo, Floriano Pesaro, o aumento das denúncias repercute o trabalho de divulgação feito pelo órgão. “O aumento nos preocupa porque os números são muito altos em geral e nós estamos trabalhando com os municípios para que haja trabalho mais próximos das famílias desses idosos”, disse.

Quase 70% dos casos ocorrem dentro das casas, sendo a maioria deles por negligência (39%). A violência psicológica aparece em seguida com 26%. O abuso financeiro e a violência patrimonial também preocupam, com 17% das denúncias.

A defensora pública Fernando Dutra Pinchiaro destaca que é fundamental fortalecer o atendimento da rede socioassistencial, pois, muitas vezes, esses serviços são buscados pela Justiça como forma de apoiar os idosos violentados. “É preciso trabalhar políticas públicas intersetoriais focadas em ações socioassistenciais e preventivas que deem autonomia à pessoa idosa”, defendeu.

Ela destacou que trabalhar em políticas públicas é necessário sobretudo porque a maioria dos casos ocorre em ambiente doméstico. “Temos que voltar o nosso olhar para promover e batalhar por políticas públicas focadas na independência da pessoa idosa. Aí entram as questões habitacional, socioassistencial e de saúde, especialmente a preventiva”, disse. De acordo com a defensora pública, esses números e análises ajudam a traçar um diagnóstico para a atuação do Núcleo dos Direitos do Idoso e da Pessoa com Deficiência da Defensoria Pública.

São Paulo tem desde 2012 o Programa SP Amigo do Idoso, que está presente em 639, dos 645 municípios do estado. “É uma ação que ajuda os governos municipais no atendimento a essa população em várias demandas, desde atendimento integral até o dependente e o semi-dependente que não necessita de cuidados especiais, mas precisa de um espaço de convivência”, explicou o secretário de Desenvolvimento Social, Floriano Pesaro.