Santos Cruz diz que execução de músico pelo Exército é um ‘erro lastimável’ –

Por Mateus Fagundes

São Paulo, 27/6/2019 – O general da reserva Carlos Alberto dos Santos Cruz, ex-ministro da Secretaria de Governo, disse nesta quinta-feira, 27, que foi um “erro lastimável” da parte do Exército a execução do músico Evaldo Rosa dos Santos e do catador Luciano Macedo, ocorrida em abril.

O caso mobilizou a opinião pública. O governo, porém, evitou entrar no assunto e não classificou-o como erro.

Depois de cinco dias, o presidente Jair Bolsonaro classificou a execução como um “incidente” e disse que o Exército “não matou ninguém”.

Já o general Luiz Eduardo Ramos Baptista Pereira, que sucedeu Santos Cruz na Secretaria de Governo, disse à época que não havia sido assassinato as mortes do músico e do catador. “Houve uma fatalidade. O pessoal tem colocado assassinato, não é”, afirmou.

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Santos Cruz: Não vejo ninguém querendo transformar presidente em Rainha da Inglaterra

O general da reserva Carlos Alberto dos Santos Cruz, ex-ministro da Secretaria de Governo, disse nesta quinta-feira, 27, em evento na capital paulista, que não vê o presidente Jair Bolsonaro como uma “rainha da Inglaterra”. Na semana passada, o chefe do Executivo insinuou que o Congresso o queria assim.

“Não vejo ninguém querendo transformar o presidente em Rainha da Inglaterra”, disse Santos Cruz durante o 14º Congresso Internacional da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji). “O que ocorre é que não existe democracia sem jogo de pressões.”

Durante sua fala, Santos Cruz destacou que “é fundamental” a harmonia entre os Poderes e elogiou o trabalho do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). “A presidência da Câmara é uma função importantíssima. Ele quem faz a pauta, ele é quem está tocando a Previdência”, disse.

O ex-ministro fez também uma crítica à influência das redes sociais no governo, chamando-a de “assembleísmo digital”. “Isso causa tumulto para a governabilidade”, disse.

O general da reserva evitou ainda criticar diretamente o vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ), tido como um dos administradores das redes sociais do presidente, e os demais filhos do presidente. Ao ser questionado se a influência familiar mais ajuda que atrapalha Bolsonaro, o ex-ministro simplesmente disse: “não vou falar”.S