O Santander Brasil vai inaugurar até 15 agências conceito – do inglês, FlagShip – com foco exclusivo nas pequenas e médias empresas, com faturamento de R$ 3 milhões a R$ 30 milhões. Com o investimento, que não foi revelado, o banco pretende reforçar a sua presença junto a esse público, elevando o número de negócios, mas, de acordo com o diretor de Empresas, Governos & Instituições e Agronegócios do banco, Ede Viani, o foco é melhorar o atendimento para o meio corporativo.

A primeira unidade, localizada na Avenida Juscelino Kubitschek, em São Paulo, já foi inaugurada e as demais unidades devem ser abertas no Rio de Janeiro, Campinas, Curitiba, Porto Alegre, Recife, Salvador, Brasília e também em São Paulo.

As novas agências com foco nas empresas são diferentes das tradicionais. Não possuem caixas eletrônicos para saque e, portanto, não necessitam de portas giratórias. Além disso, o Santander está apostando em parceiros para dividir o espaço, que também servirá de co-working e interatividade com funcionários e clientes. A primeira agência conta com uma loja Havanna, mas o banco ainda não se decidiu se vai ampliar para mais players.

“Não pretendemos ter uma rede ampla dessas agências, mas devemos ter até 15 unidades em até dois anos”, explicou Viani, em conversa com jornalistas.

De acordo com ele, essas novas unidades estarão focadas nas pequenas e médias empresas, mas também no público de multinacionais – cuja carteira com cerca de 650 clientes será hospedada no novo centro, seguindo o corte de faturamento anual de R$ 3 milhões a R$ 30 milhões, com um andar inteiro exclusivo para atender esse público.

Os gerentes de atendimento, conforme Viani, além de especializados na oferta de produtos para esses clientes, também são bilíngues. Alguns deles já estão no quadro de talentos do banco, mas a instituição também considera fazer contratações à medida que avançar na abertura das 15 agências.

Na mira do banco, está um público de 628 mil pequenas e médias empresas no Brasil e que respondem por 20% do total de empregos no País, conforme dados do IBGE. De acordo com as projeções do economista chefe do Santander, Maurício Molan, mais de um milhão dos dois milhões de empregos que devem ser gerados esse ano no Brasil estarão ligados a empregadores, trabalhadores por conta própria, micro e pequenas empresas.

O diretor do Santander ressaltou ainda que a nova investida reforça o apoio da instituição financeira ao empreendedorismo. No passado, o espanhol buscava se auto intitular como o banco das pequenas e médias empresas no Brasil, mas não avançava, contudo, sua carteira de crédito para esse público. No ano passado, enquanto parte dos players reduziram os empréstimos para as PMEs, conforme Viani, o Santander elevou a sua carteira em 5% na comparação com 2016.

“Já estamos vendo uma maior demanda por crédito para investimento. Antes, as empresas estavam demandando mais capital de giro, mas já começamos a sentir uma maior demanda para a compra de máquinas, por exemplo”, acrescentou o diretor do banco, ressaltando que a instituição está disposta a aumentar a oferta de crédito junto às PMEs.

Sobre o peso das eleições na demanda por crédito das empresas, Viani afirmou que o cenário macroeconômico influencia na decisão dos clientes e que a disputa eleitoral, à medida que as propostas dos candidatos avancem, tende a ter mais ou menos impacto.

“Ainda não estamos nessa fase. É o primeiro ano com muitos candidatos (à presidência da República) e ainda não é possível fazer uma leitura”, disse o diretor do Santander.

O modelo de agência conceito para as PMEs no Brasil é o primeiro do banco no mundo. A exceção é o Chile, onde há um espaço semelhante, segundo Viani. Com foco nas pequenas e médias empresas, o Santander tem ainda outros 350 espaços dedicados a atender esse público e mais 20 unidades voltadas para empresas com faturamento anual de R$ 20 milhões a R$ 200 milhões.