O Santander lançou um novo braço de negócios, a empresa de tecnologia Pi, que vai gerir uma plataforma independente de investimentos, que deve concorrer com a do próprio banco. O modelo do negócio está focado na independência dos agentes autônomos e incentivo em pontos. Ou seja, as comissões que são pagas normalmente aos agentes autônomos em outras plataformas são revertidas em pontos para os investidores, que podem transformar em dinheiro ou reinvestir.

“Viemos para resolver dois problemas, a desintermediação e a democratização dos investimentos”, disse Felipe Bottino, CEO da Pi Investimentos. Segundo Bottino, cerca de um terço, em média, da remuneração dos investimentos é direcionada aos agentes autônomos.

Em uma aplicação de R$ 5 mil em um CDB com vencimento em 2024 de um banco médio, por exemplo, a reversão seria de 2 mil pontos, ou R$ 20,00. Em um fundo de R$ 50 mil, com uma taxa de administração de 2%, em cinco anos o cliente poderá resgatar R$ 1.400,00, equivalente a 140 mil pontos. O resgate de pontos pode ser feito mensalmente, de um mínimo de R$ 100,00.

Bottino disse ainda que outro diferencial da plataforma é o investimento por objetivo. “A construção de uma carteira com objetivo não é normalmente valorizada. Entendemos que o mais importante não é comprar um produto A, B, C, mas ter um objetivo correto de investimento”, disse.

A meta é ter em três ou quatro anos 1 milhão de clientes. O valor investido pelo Santander não foi revelado.

A plataforma atuará em duas frentes, como um “shopping de investimento”, onde estarão disponíveis todos os produtos, com investimento mínimo de R$ 50,00, e com assessoria nas carteiras exclusivas, que terão investimento mínimo de R$ 100,00. Nesse último caso, pode não haver a pontuação, a depender do investimento. Não é necessário ser correntista do Santander para investir na plataforma.

Inicialmente, estão sendo oferecidos produtos de renda fixa bancária, como CDB, LCA e LCI e letras de câmbio, somando cerca de 80 produtos. Até o final do ano, a expectativa é ter um home broker na plataforma, para investimento no mercado de renda variável, e também opções para investimento no Tesouro Direto, produtos de previdência e de crédito privado . A plataforma deve ter disponível ainda este ano fundos, o que está pendente da aprovação da Comissão de Valores Mobiliários. A plataforma proporcionará acesso a carteiras exclusivas geridas pelo Santander Private Banking, pelo Vitreo, Credit Agricole Indosuez e pela Tag. Aqui, também serão levados em consideração os objetivos específicos dos clientes.