Pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) identificaram sete proteínas do plasma sanguíneo de pacientes hospitalizados por Covid-19 que podem servir como indicadores de gravidade da doença, além de alvos terapêuticos.

De acordo com o estudo, as moléculas são associadas a resposta imunológica, proteção do pulmão, complicações vasculares e descontrole inflamatório, comuns em alguns pacientes com Covid-19.

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Foram analisados, entre 4 de maio e 4 de julho de 2020, 163 pacientes internados no Hospital Estadual de Bauru (SP) com diagnóstico confirmado de Covid-19 por teste de RT-PCR. Eles foram divididos em três grupos: 76 indivíduos que tiveram alta hospitalar sem internação em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) ou casos suaves, 56 que tiveram alta após permanecerem um período na UTI (casos severos) e 31 que morreram mesmo sob acompanhamento na UTI (críticos).

O levantamento é parte da tese de doutorado de Daniele Castro di Flora e conta também com a colaboração de Carlos Ferreira dos Santos, diretor da FOB-USP, Deborah Maciel Cavalcanti Rosa, diretora do Hospital Estadual de Bauru, e Virginia Bodelão Richini Pereira, do Instituto Adolfo Lutz de Bauru. Os dados preliminares foram publicados na plataforma medRxiv, ainda sem a revisão de pares.

“A análise proteômica nos indicou uma proteína exclusiva de casos graves e críticos [Gal-10] que, uma vez validada, poderá servir como marcador de prognóstico. Outras seis foram encontradas apenas em pacientes suaves e podem nos dar pistas importantes sobre possíveis alvos terapêuticos”, diz Marília Rabelo Buzalaf, pesquisadora do Departamento de Ciências Biológicas da Faculdade de Odontologia de Bauru (FOB-USP) para Maria Fernanda Ziegler da Agência Fapesp.

Agora, o grupo estudará com profundidade a ação das proteínas, assim como os seus efeitos, diante do agravamento da doença.