A principal fabricante mundial de smartphones, Samsung Electronics, que atravessa uma das maiores crises de sua história, anunciou na sexta-feira que não vai separar as atividades do grupo, como havia divulgado em meio ao escândalo que resultou na destituição da presidente sul-coreana Park Geun-Hye, no início de março.

Ao desastre mundial que obrigou a Samsung a retirar do mercado a última geração de seus telefones, o Galaxy Note 7, cujas baterias apresentavam riscos de explosão, se somou o envolvimento de altos executivos da companhia no escândalo de corrupção que sacode o país asiático.

O vice-presidente da Samsung, Lee Jae-Yong, herdeiro do grupo, foi condenado por corrupção e está atrás das grades. Depois do fiasco do Galaxy Note 7, a Samsung foi pressionada por acionistas a melhorar a gestão da empresa, que estudava uma separação em duas partes.

Mas o presidente do Conselho de Administração, Kwon Oh-Hyun, anunciou hoje, em uma assembleia geral da empresa, que a avaliação dos aspectos legais e fiscais dessa operação haviam permitido isolar “alguns efeitos negativos”. “No momento, parece difícil de implementar”, disse, sem dar mais explicações.

A Samsung Electronics é a joia da coroa do grupo Samsung. O escândalo político no qual está envolvido o herdeiro do grupo gira em torno de Choi Soon-Sil, amiga íntima da ex-presidente Park, acusada de ter usado sua influência para obter quase US$ 70 milhões de diversos conglomerados. Choi, de 60 anos, é acusada de intervir em assuntos de Estado, apesar de não ocupar cargo público, e de extorquir grandes empresas para obter dinheiro.

A Samsung é o principal grupo econômico do país, com um quinto do PIB sul-coreano e foi o mais generoso com as fundações de Choi. A corporação é acusada de ter doado aproximadamente US$ 40 milhões em suborno à confidente da ex-presidente em troca de favores políticos. Fonte: Associated Press.