Foi por causa da Ceagesp que Aderlete Cristina Maçaira se mudou para a Vila Leopoldina. Filha de um ex-produtor rural, ela é um dos exemplos de gerações de comerciantes do local. E se diz contrária à troca de endereço, opinião compartilhada por alguns produtores, comerciantes e compradores ouvidos pelo Estado. “Deveria ter uma revitalização. Isso aqui é um patrimônio da cidade, não tem nada igual, atrai gente de tudo que é lugar”, defende.

Segundo ela, a mudança também resultará em aumento de custos, especialmente de transporte. “Teria de demitir cinco dos meus dez funcionários. Aqui tem ônibus para tudo que é lugar, estação de trem, é perto de rodovias”, argumenta.

Para Cristina, um dos pontos de maior carência é a falta de policiamento, tanto que alguns frequentadores chegam a contratar segurança privada. Um comerciante de São José dos Campos, por exemplo, relatou à reportagem ter sido assaltado por três homens armados.

Por outro lado, o Sindicato dos Permissionários em Centrais de Abastecimento de Alimentos do Estado de São Paulo (Sincaesp) não descarta apoio à mudança, caso ocorra alterações na proposta, especialmente em relação à necessidade de compra de lotes. “A gente tornou a Ceagesp o que ela é, não é justo arcar com a mudança, o pequeno produtor não poderia fazer isso”, afirma o presidente José Luiz Batista, atacadista de legumes há 37 anos.

Batista critica também o atual modelo de gestão, exercido pela União. “A nomeação é política. O Estado deveria apenas fazer a fiscalização e regulação. O restante deveria ser uma autogestão dos permissionários”, afirma. Ele não acredita, contudo, em uma revitalização da Ceagesp. “Não se faz uma reforma de verdade há 20 anos. Para modernizar, teria de construir de novo.”

Motorista de caminhão, José Maria de Silva também aponta problemas para conseguir vaga de estacionamento e evitar trânsito. “Na volta é um aperto na Marginal. Se o Rodoanel Norte for concluído, ir a Perus pode ser mais fácil.” As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.