Começa nesta quarta-feira (1) a votação que vai decidir a presidência do Senado Federal, em Brasília: Rodrigo Pacheco (PSD) busca a reeleição, com apoio de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e maioria dos partidos; o adversário principal é Rogério Marinho, ex-ministro de Jair Bolsonaro presente na política do Rio Grande do Norte desde os anos 2000. Pacheco é favorito, mas uma vitória do opositor não é impossível e pode atrapalhar a base de Lula no Congresso Nacional e incentivar antigos desejos de Bolsonaro, como pedidos de impeachment para ministro do STF. 

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A eleição na Casa legislativa ocorre às 15hrs desta 4ª feira, mas antes  27 senadores eleitos em outubro tomam posse, para assumir mandatos pelos próximos 8 anos. Entre eles, está o ex-ministro Sérgio Moro (União Brasil), que já declarou voto no senador do PL. 

 

Carreira

Formado em Ciências Econômicas, Marinho  foi deputado federal pelo Rio Grande do Norte e secretário de Desenvolvimento Econômico no estado. Após assumir a pasta Desenvolvimento Regional entre 2020 e 2022, foi eleito senador no ano passado. Em declaração recente, ele afirmou que não vai atrapalhar projetos da base de Lula.

Apoios

A contagem mostra que Pacheco conta com votos de parlamentares de cinco partidos, pelo menos: PSD, MDB, PT, PDT e PSB. 

Enquanto Pacheco conta com a base do governo e o bloco do Centrão, o Partido Liberal, o Progressistas e o Republicanos formaram um bloco para apoiar o adversário, somando, até agora, 23 votos. O senador bolsonarista acredita, ainda, que pode alcançar votos do PSD, MDB e União via traição.  

Entre os senadores, rege a seguinte contagem: Pacheco necessita alcançar 41 votos para ganhar de Marinho e do outro adversário na disputa, o senador Eduardo Girão (Podemos). Segundo os partidos aliados do bloco, há 42 aliados; quatro deles já anunciaram apoio a Marinho. Este chegou a procurar Girão para unir forças contra o favoritismo de Pacheco na disputa.

Bolsonaro, ainda nos EUA, quer ver Marinho derrotar Pacheco e promove campanha à distância. O ex-presidente tem se comunicado com Marinho e demais aliados, pedindo votos para o senador de oposição.  

Outra bolsonarista de carteirinha na campanha por Marinho é Damares Alves. “E o time não para! A campanha para Rogério Marinho presidir o Senado está linda demais!”, postou a senadora eleita do Republicanos em seu Twitter

 

A família do ex-presidente da República tem articulado campanha em redes sociais por Marinho. No Twitter, Eduardo Bolsonaro declarou que o “Senador @rogeriosmarinho é o único candidato à presidência do Senado capaz de dar novos ares, verdadeiramente democráticos, ao Congresso Nacional”, escreveu. 

 

O irmão, Flávio, também declarou voto ao bolsonarista: “Hoje é um grande dia para o Brasil! Que Deus dê sabedoria e coragem aos Senadores e restabeleça a democracia e a liberdade em nosso país, permitindo a eleição de @rogeriosmarinho para a Presidência do Senado da República! #MarinhoSim

 

Uma das pendências de voto ficou para o União Brasil. Segundo Soraya Thronicke, os senadores do partido estão divididos meio a meio, com ligeira vantagem para Pacheco. Ela própria ainda não se decidiu. “É um momento muito polarizado. Não vejo que Pacheco seja o candidato do Lula, mas foi posto isso”, explicou. 

Como será a oposição

Marinho já declarou que defende os princípios deixados por Bolsonaro. Fez críticas sobre declarações do ministro Fernando Haddad em Davos e diz se preocupar com os primeiros dias de Lula na presidência. 

Sobre um eventual impeachment a ministros do STF, desejo já trazido por Bolsonaro na gestão 2018-2022, ele não descarta, embora sustente que a possibilidade deve ser o último instrumento, o mais extremo.