O empresário Luciano Hang, dono da rede de lojas Havan e apoiador do presidente Jair Bolsonaro, entrou para o centro das investigações da CPI da Covid-19. Hang, alvo de interrogatório nesta quarta-feira (29), entrou na lista dos 10 homens mais ricos do Brasil de acordo com o ranking da revista Forbes.

Ele saltou da 36ª colocação, em 2019, para a 10ª, em 2020, após mais do que dobrar seu patrimônio e chegar a R$ 18,72 bilhões, conforme O Tempo.

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Durante o depoimento, o empresário admitiu manter contas bancárias no exterior, inclusive em paraísos fiscais. Ele falou sobre as contas fora do Brasil após ser questionado pelo senador Renan Calheiros (MDB-AL). O empresário confirmou que possui contas fora do país e disse que todas estão declaradas na Receita e auditadas: “Todas as nossas empresas estão declaradas em paraísos fiscais.”

Hang começou seu depoimento falando da sua origem humilde e afirmou ser disléxico, tendo conseguido ler apenas aos 12 anos, o que, segundo ele, causava “enorme” constrangimento. “Foi com esta mesma idade que eu decidi montar uma cantina na escola com um amigo, vendíamos bolachas! Com o tempo, as vendas cresceram tanto que a distribuidora dos doces passou a fazer entregas em uma Kombi”, contou.

Afirmou ainda que seus pais eram operários e, aos 17 anos, começou a trabalhar na mesma fábrica em que seu avô e seu pais. Aos 23 anos, ele comprou uma pequena fábrica de toalhas que estava fechando e a fez funcionar 24 horas por dia. Abriu a Havan aos 24 anos, como uma pequena loja de tecidos.

A estimativa é que a Havan tenha cerca de 22 mil funcionários espalhados nas suas 164 lojas em 21 Estados brasileiros.