Com diversos reajustes no preço da gasolina, também aumentou o número de postos de combustíveis investigados por fraude. Segundo a Polícia Civil de São Paulo, só neste ano já foram instaurados 58 inquéritos contra donos de postos, um aumento de 66% em relação aos 35 inquéritos registrados em 2020.

Além do preço, os motoristas devem observar outros pontos quando vão encher o tanque. Um exemplo é se o posto disponibiliza todas as informações de maneira clara. Ottomar Lustosa Mascarenhas, chefe do Núcleo de Fiscalização da Agência Nacional de Petróleo (ANP), explicou que itens como limpeza, presença do painel de preços e o telefone da ANP também são importantes.

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É possível adulterar tanto a gasolina e o etanol, como o diesel. No caso da gasolina, um dos principais tipos de adulteração é o acréscimo de etanol anidro acima do permitido. Por lei, a gasolina comum pode conter até 27% de etanol. Já no caso do etanol, a adulteração mais encontrada é a adição de metanol, que é altamente tóxico. O diesel é o mais difícil de ser adulterado, mas também pode sofrer com modificações com o acréscimo de biodiesel.

O uso de combustível adulterado pode ser ainda prejudicial para o motor do automóvel, causando falhas no funcionamento, perda de força e consumo excessivo – sem contar a poluição. Se o problema não for resolvido, os danos podem ser graves e permanentes, levando até a necessidade de substituição do motor. Outro golpe aplicado é o famoso “bomba baixa”, que consiste em enganar o motorista e colocar menos combustível no tanque do que o informado no visor da máquina.

Pela legislação, o consumidor deve ser reembolsado pelo posto que forneceu o combustível adulterado. Porém, na prática, o processo é muito burocrático e nem sempre funciona. Com a alta rotatividade dos combustíveis nos postos, é difícil flagrar a venda irregular. Um laudo técnico detalhando os danos causados pelo combustível adulterado pode ser um bom aliado do consumidor nesse momento. Além disso, caso o cliente verifique alguma irregularidade, a orientação é contatar a ANP pelo número 0800 970 0267, de segunda a sexta-feira, das 8h às 20h.