Mais de 100 toneladas de óleo foram derramadas no Mar Negro, perto da cidade portuária russa de O porto petroleiro de Novossibirsk, na Rússia, 13 de julho de 2004 (sul), denunciou a ONG de proteção ambiental WWF nesta quarta-feira (11).

As autoridades russas anunciaram que vão realizar uma investigação e o Ministério Público afirmou que já está em andamento uma inspeção à costa para fazer uma “avaliação objectiva” da magnitude do desastre.

Esta região possui vários centros turísticos, muito populares entre os russos.

O vazamento ocorreu no fim de semana no terminal Yuzhnaya Ozereyevka, próximo a O porto petroleiro de Novossibirsk, na Rússia, 13 de julho de 2004, durante o carregamento do petroleiro de bandeira grega Minerva Symphony.

Na segunda-feira, o Consórcio do Oleoduto do Mar Cáspio (CPC), que controla o terminal, anunciou o vazamento de cerca de 12 metros cúbicos de óleo em uma área de 200 metros quadrados.

“A situação voltou ao normal” na manhã de domingo e não representa uma ameaça para a população ou o meio ambiente local, disse o CPC, formado pela petrolífera russa Rosneft, o grupo norte-americano Chevron e a italiana Eni.

A WWF afirmou nesta quarta-feira que o vazamento é maior e pode ter um impacto negativo no meio ambiente.

Segundo a ONG, que possui sistema próprio de monitoramento de catástrofes ecológicas, a mancha de óleo se estendeu por uma área de 94 quilômetros quadrados no domingo.

Isso significa que “pelo menos 100 toneladas, provavelmente mais, foram despejadas no Mar Negro”, disse a WWF em um comunicado no Facebook.

– Riscos crescentes –

“Apesar da implantação operacional de equipes de resgate, o óleo se espalhou por uma grande área”, afirmou a ONG, antes de alertar para os riscos “crescentes” para a fauna marinha.

Segundo Alexei Knijnikov, especialista da filial russa da WWF, a mancha segue rumo ao norte e já alcançou a cidade de Abrau Dyurso, conhecida por suas praias e seus vinhos, podendo chegar à reserva natural de Utrish.

O Instituto de Pesquisa Espacial da Academia Russa anunciou, com base em imagens de satélite, que a mancha de óleo cobre uma área de 80 quilômetros quadrados.

“Se essa informação corresponder à realidade, peixes, pássaros e o ecossistema marinho na área do derramamento estarão ameaçados”, analisou o Greenpeace em um comunicado. “A saúde das pessoas, inclusive de turistas que estão na área do vazamento também corre perigo”, alertou.

Por sua vez, o parque marítimo de Utrish, localizado perto do balneário de Anapa (sul), disse nesta quarta-feira que detectou manchas de óleo na superfície da água próxima ao local.

“Quando você coloca as mãos na água, a pele fica coberta com uma superfície oleosa”, explicou em um comunicado no Instagram.

As autoridades russas disseram que estão monitorando de perto a situação.

A vice-primeira-ministra russa, Victoria Abramchenko, ordenou à agência de monitoramento ambiental da Rússia (Rosprirodnadzor) que compartilhasse sua avaliação do desastre após seu compromisso de avaliar os danos causados.

Por sua vez, o ministro da Energia, Nikolai Shulguinov, se reuniu com o presidente do CPC, Nikolai Gorban, e destacou a necessidade de “verificar as informações sobre a magnitude do vazamento”.

No final de maio de 2020, 21.000 toneladas de combustível poluíram os cursos dos rios do Ártico após o colapso de um depósito de uma subsidiária da gigante mineradora Norilsk Nickel, causando uma enorme “maré vermelha” visível do espaço.