O Kremlin saudou nesta quarta-feira a mudança de tom dos Estados Unidos em relação à Coreia do Norte, ao afirmar que estão dispostos a negociar com Pyongyang sem condições prévias.

“Podemos ver que tais declarações construtivas são muito mais satisfatórias do que a retórica de confronto que ouvimos até agora”, declarou o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov.

“O principal é que isso está de acordo com os apelos da Rússia, feitos de forma repetida pelo presidente Vladimir Putin, pelo fato de que a retórica belicista e as medidas tomadas acentuam as tensões na península coreana e são totalmente contraproducentes”, acrescentou.

“Estamos prontos para ter a primeira reunião sem condições prévias”, declarou o secretário americano de Estado, Rex Tillerson, na noite de segunda-feia e entrevista coletiva em Washington.

“Não é realista dizer: ‘só vamos falar com vocês se vierem à mesa de negociações prontos para abandonar seu programa'” nuclear.

Até o momento, os Estados Unidos afirmavam que qualquer negociação deveria ser limitada à eliminação das armas nucleares da península coreana.

“Vamos nos encontrar e discutir o clima, se quiserem, ou se a mesa deve ser quadrada ou redonda, se isto lhes der prazer”, disse o chefe da diplomacia americana.

Mas Tillerson acrescentou que a campanha americana de pressão econômica e diplomática sobre Pyongyang continuará “até que caia a primeira bomba”.

O secretário de Estado destacou que Washington “simplesmente não pode aceitar uma Coreia do Norte com armas nucleares e que o presidente Donald Trump “pretende garantir que não tenham armas nucleares capazes de atingir as costas dos Estados Unidos”.

Segundo o subsecretário-geral para Assuntos Políticos da ONU, Jeffrey Feltman, que regressou nesta terça-feira de Pyongyang, funcionários da Coreia do Norte já “aceitam que é importante prevenir uma guerra”.