A Duma (Câmara baixa da Assembleia Federal da Rússia) ratificou nesta terça-feira (22) o projeto de reestruturação da dívida de Cuba, de 2,3 bilhões de dólares, na véspera da chegada à ilha de seu presidente, Viacheslav Volodin, noticiou um veículo de imprensa local.

O projeto “prevê a reestruturação da dívida de Cuba com a Rússia no âmbito de quatro acordos de empréstimos intergovernamentais”, concedidos entre 2006 e 2019 por um montante de 2,3 bilhões de dólares, destacou a agência cubana de notícias Prensa Latina.

Volodin chegará a Cuba na quarta-feira para visita oficial de um dia, em meio a tensões entre Moscou e as potências ocidentais por causa da Ucrânia. Em Havana, abordará com líderes cubanos “a cooperação” bilateral e em seguida viajará para a Nicarágua, outro aliado de Moscou na região.

Os empréstimos russos foram outorgados para financiar projetos nas áreas de energia, metalurgia, transporte, bem como para garantir o abastecimento de produtos na ilha.

Cuba enfrenta sua pior crise econômica em 27 anos, devido ao endurecimento do embargo dos Estados Unidos e ao impacto da pandemia sobre o turismo, seu motor econômico.

Devido a esta situação complexa, “Cuba deixou de pagar desde o início de 2020” estes empréstimos estatais “e em setembro passado solicitou sua reestruturação”, acrescentou a Prensa Latina.

O veículo destacou que o projeto foi avalizado pelo presidente russo, Vladimir Putin, como parte de uma iniciativa multilateral aprovada em 2020 pelos países-membros do G20, para aliviar a carga da dívida sobre os países pobres.

A Prensa Latina destacou que, segundo os novos protocolos para o pagamento da dívida, Cuba “deverá realizar o último reembolso em 15 de dezembro de 2027”.

Cuba acordou em junho passado readequar os termos de um pacto de 2015 para o pagamento de sua dívida com seus credores do Clube de Paris, que significou uma quitação de 8,5 bilhões de dólares dos 11 bilhões de dólares devidos.

A visita de Volodin se segue à viagem na sexta-feira passada do vice-presidente russo, Yuri Borisov, que o governo cubano considerou uma continuidade do telefonema mantido em janeiro pelos presidentes Putin e Miguel Díaz-Canel. Ambos abordaram o fortalecimento da “associação estratégica” entre Moscou e Havana.

Durante a visita de Borisov, Cuba expressou seu enérgico repúdio à “histeria propagandística” de Washington contra a Rússia e à “expansão” da Otan perto de suas fronteiras.