Por Alexander Marrow

MOSCOU (Reuters) – A Rússia está investigando a Netflix depois que a comissária pública de proteção às famílias do país acusou a empresa de streaming de violar a lei russa sobre “propaganda gay”, de acordo com o jornal Vedomosti.

A comissária Olga Baranets reclamou ao Ministério do Interior que a Netflix violou uma lei de 2013 que proíbe a disseminação de “propaganda sobre relações sexuais não tradicionais” entre russos menores de 18 anos ao transmitir séries com temática LGBT com classificação etária 16+.

A reclamação está sendo avaliada pelo departamento de Moscou do Ministério do Interior, disse o Vedomosti, citando uma fonte, em uma reportagem publicada na noite de quarta-feira.

A Netflix não quis comentar. A empresa norte-americana pode enfrentar uma multa de até 1 milhão de rublos (13.400 dólares) ou uma suspensão temporária de seu serviço, se for declarada culpada, de acordo com o jornal.

A legislação da Rússia foi condenada por grupos de direitos humanos. Em 2017, o Tribunal Europeu dos Direitos Humanos decidiu que a lei russa de propaganda gay viola as regras do tratado europeu e o direito à liberdade de expressão, além de discriminar pessoas LGBT — uma decisão que Moscou chamou de injusta.

O jornal citou uma fonte próxima à Netflix dizendo que a empresa havia verificado no início deste mês seu catálogo de séries e filmes sobre a vida de membros da comunidade LGBT e não havia encontrado nenhum com classificação etária 16+.

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