Um tribunal de Moscou fechou nesta quarta-feira (29) o Centro de Direitos Humanos do Memorial da Rússia. O fechamento acontece um dia após o ‘Memorial International’ ser forçado a fechar no país.

Segundo a Reuters, o centro do Memorial russo abriga pessoas consideradas prisioneiras políticas, incluindo Alexei Navalny, crítico do Kremlin e do governo Vladimir Putin.

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Entre os abrigados também estão testemunhas de Jeová e muçulmanos condenados por terrorismo, porém, segundo o Memorial, sem provas e com acusações “fabricadas devido a sua afiliação religiosa”.

Manifestantes protestaram em frente ao Memorial gritando “vergonha”. Nas ruas, a temperatura batia a casa dos 12 graus negativos.

O escritório de direitos humanos da ONU, em Genebra, disse que os tribunais russos decidiram “dissolver dois dos grupos de direitos humanos mais respeitados da Rússia e enfraquecer ainda mais a comunidade de direitos humanos cada vez menor do país”.

“Instamos as autoridades russas a proteger e apoiar as pessoas e organizações que trabalham para o avanço dos direitos humanos em toda a Federação Russa”, acrescentou o escritório, de acordo com informações da Reuters.

Anna Dobrovolskaya, a diretora-executiva do Centro, disse que as autoridades pareciam determinadas a expurgar todos os grupos de direitos humanos, começando pelo Memorial.

“Havia uma sensação de que o espaço (para o trabalho de direitos) está diminuindo. Muitas pessoas ficarão realmente chateadas quando virem esses eventos, e muitas pessoas escreverão sobre o início dos tempos medievais e sombrios”, disparou ela

Oficialmente, o governo russo ainda não se manifestou, mas já indicou que não interfere em decisões judiciais.