Por David Ljunggren

(Reuters) – O Ministério da Defesa da Rússia disse nesta sexta-feira que o último grupo de forças ucranianas escondido na siderúrgica de Azovstal, na cidade ucraniana de Mariupol, se rendeu, marcando o fim de um ataque de semanas que deixou o município em ruínas.

O abandono total dos bunkers e túneis pelo Regimento Azov na usina bombardeada significa o fim do cerco mais destrutivo de uma guerra que começou quando a Rússia invadiu a Ucrânia há quase três meses.

“O território da usina de Azovstal… foi completamente liberado”, disse o ministério em comunicado, acrescentando que o grupo que se rendeu era composto por 531 pessoas.

Um vídeo do Ministério da Defesa com o propósito de constatar a rendição mostrou uma fila de homens desarmados se aproximando de soldados russos do lado de fora da usina e dando seus nomes. Os russos então revistaram cuidadosamente cada homem e seus pertences e também pareciam estar pedindo aos defensores que mostrassem suas tatuagens.

Moscou chama o Regimento Azov de “nazista”. A unidade, formada em 2014 como uma milícia para combater separatistas apoiados pela Rússia no leste ucraniano, nega ser fascista, e a Ucrânia diz que foi reformada a partir de suas origens nacionalistas radicais.

“As instalações subterrâneas da empresa, onde os militantes estavam escondidos, ficaram sob controle total das Forças Armadas russas”, informou o comunicado russo, acrescentando que um total de 2.439 defensores se renderam nos últimos dias.

O ministro da Defesa, Sergei Shoigu, disse ao presidente Vladimir Putin que tanto Mariupol quanto a siderúrgica foram totalmente liberadas, segundo o comunicado.

A Ucrânia ordenou que suas tropas se retirassem do local na segunda-feira. Kiev chama os defensores de heróis, dizendo que sua posição obstinada ajudou a conter as forças russas e permitir que a Ucrânia tivesse sucesso em outros lugares no campo de batalha.

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