A Rússia anunciou, nesta quarta-feira (23), que está ampliando sua lista de funcionários da União Europeia (UE) proibidos de entrar em seu território, em retaliação às recentes decisões “hostis” por parte dos europeus.

“Advertimos a União Europeia mais de uma vez sobre a natureza destrutiva de seu comportamento”, disse o Ministério russo das Relações Exteriores em um comunicado.

O Ministério informou que está ampliando essa lista para ficar “em paridade” com a União Europeia, sem dar mais detalhes.

“Se a UE continuar com esta política de conflito, reservamo-nos o direito de tomar as medidas adequadas”, acrescentou o comunicado.

A porta-voz da diplomacia russa, Maria Zakharova, havia denunciado anteriormente “a campanha de desinformação em torno do cidadão russo Navalny orquestrada por países ocidentais, seus líderes, seus representantes oficiais”.

“Julgamos esta retórica simplesmente inaceitável. Não há qualquer prova” contra a Rússia, acrescentou.

O oponente russo Alexei Navalny, de 44 anos, esteve à beira da morte, depois de adoecer a bordo de um voo entre Sibéria e Moscou em 20 de agosto.

Internado de urgência, a pressão europeia levou-o a ser transferido para a Alemanha, cujas autoridades concluíram, semanas depois, que o adversário de Putin foi envenenado com um agente neurotóxico do tipo Novichok, concebida nos tempos soviéticos para fins militares.

O chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, mencionou recentemente a possibilidade de se aprovar uma “lei Navalny” como veículo para possíveis sanções. A Alemanha também está refletindo sobre medidas punitivas.

Os países da UE exigem que a Rússia esclareça o que considera uma tentativa de assassinato, enquanto a Rússia se recusa a fazê-lo, uma vez que – alega Moscou – nada indica que um crime tenha sido cometido.