Qual a origem de sua empresa?
A Nova Milano surgiu há 13 anos, com a proposta de financiar incorporadoras. Atualmente financiamos 28 incorporadoras, que têm 71 canteiros de obra funcionando em sete Estados brasileiros. Surgimos procurando preencher uma lacuna no sistema financeiro. Os bancos são muito restritivos na concessão de crédito, e por isso conseguimos ser competitivos. Nós privilegiamos incorporadoras pouco bancarizadas. Elas nos oferecem negócios recorrentes, o que melhora a qualidade das nossas informações e da nossa análise.

Qual o porte de sua carteira?
Já originamos cerca de R$ 6,5 bilhões em empréstimos desde a fundação da empresa, em 2009. Atualmente temos cerca de R$ 2,5 bilhões concedidos. Originalmente, nossos investidores eram poucos. Em geral family offices que buscavam uma aplicação no setor imobiliário. A vantagem é que muitos desses investidores ou têm imóveis ou conhecem o mercado imobiliário, então podem contribuir com novas visões para o negócio.

E como surgiu a ideia de criar uma fintech?
Como uma gestora, conseguimos estruturar fundos e atingir uma base de investidores mais ampla. Hoje gerimos 16 fundos. Criamos a Working Capital, para potencializar esse movimento e já temos uma carteira de crédito em estruturação que ultrapassa R$ 600 milhões.

Como está o setor?
O setor de incorporação é intensivo em capital. A demanda de dinheiro é pesada, tanto para comprar terrenos quanto para executar as obras, e isso é mais forte ainda em momentos de pujança de mercado. Agora estamos em um momento diferente. A alta da inflação elevou a taxa Selic e isso encareceu o crédito para o comprador de imóveis e trouxe escassez para as incorporadoras.

Qual o impacto disso?
Esse movimento de alta dos juros e de encarecimento do crédito reduziu a demanda e comprimiu as margens do setor. As empresas começaram a desacelerar seus lançamentos e a comprar menos terrenos. Com isso, elas precisam de mais crédito para seguir com as obras. Aí é que nós entramos.

NOTAS 

RESGATES TIRAM R$ 23,2 BILHÕES DA RENDA FIXA

Os fundos de investimento apresentaram resgates líquidos de R$ 18,1 bilhões entre os dias 2 e 5 de maio, segundo a Anbima, associação que representa o setor. No período houve aplicações de R$ 169,7 bilhões e resgates de R$ 187,8 bilhões. A redução do patrimônio deveu-se ao resgate de R$ 23,2 bilhões em três fundos de renda fixa. A baixa das ações e a volatilidade da bolsa provocaram resgates de R$ 1,1 bilhão nos fundos de ações.

GESTORA DA SICREDI LIDERA CAPTAÇÃO EM ABRIL

A Sicredi Asset liderou o ranking por captação líquida em abril, com o total de R$ 1,46 bilhão. Segundo um estudo da empresa de informações financeiras Economatica, a gestora também foi líder na captação líquida de recursos para os fundos de renda fixa, com R$ 1,63 bilhão No ano, a captação está em R$ 4,85 bilhões. A empresa está em quarto lugar em ativos sob gestão entre as gestoras independentes, com um total de R$ 58,49 bilhões.

VALOR INVESTIMENTOS COMPRA ESCRITÓRIO NO ES

O escritório Valor Investimentos, ligado à XP, adquiriu o concorrente Altus Patrimônio, localizado em Vitória (ES). Também vinculado à XP, o Altus tem 350 clientes e R$ 150 milhões sob assessoria. Com a aquisição, o patrimônio da Valor chega a R$ 8 bilhões. A empresa compradora atende atualmente cerca de 40 mil clientes em oito escritórios e conta com 260 colaboradores. A meta para os próximos meses é adquirir escritórios nas regiões Sul e Nordeste.

EM ALTA
1,0% 

Foi a alta das vendas do varejo em março em relação a fevereiro, segundo dados da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), divulgada pelo IBGE na terça-feira (10). A alta em relação a março de 2021 foi de 4,0%. No primeiro trimestre, o crescimento acumulado do setor foi de 1,3% em relação aos três primeiros meses do ano passado. No comércio varejista ampliado, que inclui veículos, motos, autopeças e material de construção, o volume de vendas cresceu 0,7% frente a fevereiro.

EM BAIXA
41% 

Das dívidas de consumidores inadimplentes foram pagas em janeiro. Em dezembro, esse percentual foi de 46%. O dado de janeiro, o mais recente, é o menor percentual de toda a série histórica do Indicador de Recuperação de Crédito da Serasa Experian, que revela a dificuldade da população para tirar o nome do vermelho. A desaceleração vinha ocorrendo desde os 57,5% de agosto de 2021. O setor em melhor estado é o de Bancos e Cartões, com 48% dos créditos recuperados.