A RodoNorte, controlada da CCR, entrou na quinta-feira, 4, à noite com uma medida judicial questionando o decreto de intervenção publicado pelo governo do Paraná.

A medida de intervenção nas concessionárias do anel viário paranaense – envolvendo seis empresas, entre elas a RodoNorte e duas da EcoRodovias (Ecovia e Ecocataratas) – foi recomendada pela Controladoria e pela Procuradoria Geral do Estado após análise de fatos apurados pela Operação Integração II, uma das fases da Lava Jato que levou à prisão de pessoas ligadas ao ex-governador Beto Richa (PSDB) e às concessionárias.

De acordo com as investigações do Ministério Público Federal (MPF), havia um esquema de propinas com as concessionárias para um grupo ligado ao ex-governador Beto Richa, hoje candidato ao Senado pelo PSDB. A investigação aponta ainda para um possível repasse de valores ilícitos no Tribunal de Contas do Estado e também para deputados que integraram a Comissão Parlamentar de Inquérito dos Pedágios, na Assembleia Legislativa.

Com a intervenção, oficiais da reserva da Polícia Militar (PM) passarão a trabalhar dentro das concessionárias de forma a impedir a continuidade de atos considerados ilegais ou irregulares. De acordo com a RodoNorte, o interventor nomeado pelo Estado já se apresentou na sede da empresa na manhã desta sexta-feira, 5.

Em nota, a empresa afirma que se mantém à disposição das autoridades. Reitera ainda que “o fornecimento de dados relativos à administração do contrato, ponto central do decreto, já ocorre regularmente, o que inclui a apresentação das medições de fluxo de tráfego em todo o trecho da rodovia, dados sobre investimentos e todas as demais ações da concessionária”.

Ainda conforme a concessionária, as exigências contratuais nunca foram descumpridas mesmo com as recorrentes alterações feitas pelo poder concedente no cronograma de investimentos.