A Robinson Crusoe, indústria brasileira que atua na área de pescados em conserva, faz parte do grupo espanhol Jealsa, uma das maiores companhias do mundo no segmento de sardinha e atum enlatados. Criado em 1958, o grupo está presente no Brasil desde 2010, no Ceará.

Terceira maior marca de atum em conserva no Brasil, a Robinson Crusoe pretende expandir a marca no mercado brasileiro dentro dos moldes europeus de qualidade e sustentabilidade. Nos últimos cinco anos a empresa fincou pé mais fortemente no mercado nacional, após a construção de sua fábrica, e passou a competir mais diretamente com as marcas líderes. Para isso, investe em várias frentes, que incluem desde o processo de preparação do produto até a apreciação pelo consumidor, e aposta em linhas diferenciadas, a busca por nichos e, principalmente, com foco na qualidade do atum utilizado, que é fresco e não congelado, com visíveis reflexos no sabor.

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Em outubro passado entrou em operação uma fábrica de latas que deverá suprir atual demanda da empresa no País. Considerada uma das empresas que mais cresce proporcionalmente no mercado, a Robinson Crusoe é a primeira fábrica de conservas de atum e sardinha na Região Nordeste e sua chegada representou grande progresso para os pescadores e a economia local.

Com a empresa, o atum passou a ser pescado sob encomenda, por meio de cooperativas. Os pescadores locais, inicialmente lagosteiros, foram capacitados para manusear o peixe e passaram por um curso sobre navegação, já que a pesca acontece em alto-mar. Cerca de 560 famílias já estão capacitadas em toda a costa do Norte e Nordeste. Além dos aproximadamente 1 mil pescadores, a empresa gera 450 empregos diretos, 70% os quais são mulheres, e 1.100 empregos indiretos.

A Crusoe Brasil firmou no ano passado um acordo com o Estado do Ceará, comprometendo-se a investir, entre 2020 e 2025, R$ 100 milhões de reais no Brasil, essencialmente em tecnologia industrial e modernização. Só em 2020, com a nova fábrica de latas, foram investidos R$ 25 milhões.

A empresa brasileira compra anualmente seis mil toneladas de atum e seis mil toneladas de sardinha. O volume de produção de enlatados é hoje da ordem de 70 milhões de unidades. O faturamento da companhia em 2019 foi de 680 milhões de euros e em 2020 deve atingir 705/710 milhões de euros, um desempenho que só não foi melhor por conta da pandemia de coronavirus. No Brasil, a Robinson Crusoe vem registrando crescimento de 40% ao ano nos últimos 5 anos.